My Way - Mars - Gun's... Canções que tocam a minha ALMA (seleção csl)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Menino do Pijama Listrado

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.                                    (csl) Ontem assisti este filme (O Menino do Pijama Listrado). A história passa em 1942 na 2a. Guerra Mundial.

                                             Recomendo. Oportunamente comentarei e abaixo a sinopse e uma crítica de um site que considerei apropriada, quando digo crítica, sabem não! Não é no sentido de criticar necessariamente e sim, do ponto de vista de um crítico sobre cinema. Também tenho o meu ponto de vista, que as vezes exponho, as vezes não, agora esta muito corrido aqui no meu trabalho, na minha nova vida de casado, sem tempo para algumas coisas, embora eu tenho para comigo que sempre encontramos tempo para as coisas que realmente consideramos/julgamos importantes, pois bem o blog é importante para mim, por isso sempre passo por aqui e acabo atualizando, talvez não da forma efetiva como eu gostaria, mas vou tentando. (csl)


Sinopse (Livraria Cultura):

Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz ideia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. 'O menino do pijama listrado' é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

Crítica (Cineplayers):


Retratando os horrores dos campos de concentração nazistas, filme retira cada um de seus clichês do sem número de filmes que já trataram do assunto.

Holocausto, segundo o dicionário Houaiss, é palavra utilizada pela primeira vez no século XIV e diz respeito a um sacrifício hebreu que consistia em queimar-se inteiramente a vítima. Por sua vez a história contemporânea tratou de resignificá-la ao nomear a barbárie do extermínio judeu empreendido pelo fascismo hitlerista, fazendo alusão aos modos utilizados nesse assassinato em massa. E apesar de não ser este o espaço apropriado pra aprofundar a discussão sobre essas escolhas, a dúvida que fica, transcorridos mais de 60 anos desde o episódio, é pensar porque o cinema insiste em esgarçar a possibilidade de olhares sobre o tema já que mesmo com tal diversidade de pontos de vista o holocausto corre o risco não de ser analisado, mas de banalizar-se pelo excesso.

O enfoque maior de O Menino do Pijama Listrado talvez não seja necessariamente o episódio que narra, mas o tema maior da intolerância étnica que tem voltado a ser tornar um problema tão sério que já não pode deixar de ser discutido. No entanto a maneira como se constrói a narrativa e os elementos utilizados para encadeá-la, esvaziam sua intenção e deixam o produto final com cara de mais do mesmo.

Mas falemos do filme antes de prosseguir: Bruno (Asa Butterfield) é um garoto de oito anos que vive sua vida feliz ao lado da família, até que o pai (David Thewlis), que é oficial do reich alemão, é transferido pra uma tarefa no interior e leva a família toda. Deslocado, Bruno precisa se relacionar com o novo e, para o bem ou para o mal, o novo é um campo de extermínio nos fundos da sua nova casa-prisão. Curioso, o menino se aproxima cada vez mais daquela suposta fazenda em que todos vestem pijamas. E lá ele começa a aprender sobre os jogos políticos que envolvem as sociedades e desconstrói o mito do judeu como bode expiatório de vários defeitos intrínsecos aos seres humanos quando conhece Shmuel (Jack Scanlon), que na metáfora mais óbvia, é um duplo de Bruno, menino da mesma idade que vive do outro lado da cerca que demarca o problema. Ali eles estabelecem essa relação como reflexo num espelho quebrado, em que de um lado existe o arquétipo pronto da vida no quadrante correto, e no outro a expressão de todos os problemas desse quadrante expostos em cada detalhe: no dente cariado, no cabelo raspado, em tudo o tal menino do pijama listrado é o mesmo que Bruno, só que do lado errado da cerca.

Apelando para o estreitamento desse laço de amizade, a ação carrega Bruno até o último limite da sua curiosidade: estar dentro da cerca com Shmuel. O final dele é previsível e existe uma espécie de letreiro de neon piscando desde o começo do filme, nos preparando e dizendo que esse final não é bom, tanto pra Bruno como para Shmuel, e a cena dos garotos se dando as mãos e finalmente apagando as supostas diferenças que os separam faz dos dois uma coisa só, sem com isso problematizar a questão. A docilidade do menininho judeu que perdoa uma traição grosseira do seu amiguinho alemão é outra falha nesse processo e tira a chance que o filme teria de dar mais nuances a essa relação.

Enfim, há uma mensagem interessante que fica esmagada sob as botas grosseiras que Shmuel usa como parte do uniforme. E não fica claro se essa mensagem fica obscurecida pelo uso de um exemplo cinematograficamente já tão usado como ponto para outras discussões ou se houve uma preguiça em problematizar melhor essa história que o escritor John Boyne construiu como um romance e que David Heyman, o produtor responsável também pela franquia Harry Potter, resolveu levar para o cinema.

As intenções sobre uma produção como essa no geral nunca ficam muito claras, mas se estamos aqui para falar da sensibilidade que o filme aponta o que sobra é um melodrama previsível. Pena para Bruno e Shmuel que são sacrificados em nome de um discurso que não conseguem fazer entender, assim como o próprio episódio que escolheram para dar luz a essa questão.
                             
Por: Geo Euzebio  12/12/2008


Fonte: http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1492

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