My Way - Mars - Gun's... Canções que tocam a minha ALMA (seleção csl)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Empresa Sólida

                        (csl) Aprendi que não existe empresa sólida, cansei de ler sobre empresas aparentemente sólidas que de repente ruiram, e porque não podemos confiar em uma empresa? Porque são geridas por pessoas e pessoas são instáveis, agem pela emoção, deveriam mas não são racionais, decidem muitas vezes por impulso, por birra, em especial quando falamos de empresas familiares o que são muitas.

                         Amo analisar balanços, lembro-me ainda quando apreciava as Demonstrações Contábeis do Banestado S/A., do Bamerindus, do Banco Santos, atualmente amo ver as Demonstrações do Itau, do Bradesco, da Caixa Economica, do Safra.

                         Demonstrações devidamente auditadas que quando ocorre algo, quem audita diz nao ser possivel identificar tal fraude, a considerar que a auditoria foi realizada por amostragem, a contratacao nao foi uma auditoria completa, e nao foi porque? Porque os honorarios de uma auditoria completa guarda relacao com um valor e de uma nao completa com outro valor, justificado não? Não para mim seu eu fosse acionista. Mas se o conselho de administracao aceita, quem seria eu mero acionista minoritario a questionar, alias questionar até eu poderia, mas com certeza seria voto vencido.

                         Assisto a quebradeira dos países Europeus, o Déficit da Previdência Americana, reflito, como é possível países que eram vistos como fortes financeiramente estarem na crise que estão, é exatamente o que ocorre com as empresas que quebram de uma hora para outra, é que na realidade pareciam fortes somente, pois nunca foram.

                         Ter a visão contábil, a linguagem do mundo dos negócios é maravilhoso, porém por outro lado assustador, pois não é possível achar que tantas pessoas gostam de se deixar ser enganadas.

                         Outro dia aqui em nosso País li a noticia que a conta de auditoria de um banco oficial, o Banco do Brasil, no pregao eletronico ganhou a KPMG, eu devo ser muito burro porque alguem acha que temos que ter o custo de mais de R$ 9 milhões de reais para auditar o Banco do Brasil, considerando que as contas do Banco do Brasil devem ser aprovadas pela Administração Pública Federal, ou seja, a Controladoria da União e ainda tempos a TCU (Tribunal de Contas da Uniao), como compreender a necessidade de uma autidoria, trabalho, retrabalho, o que eu faço com tres relatorios de analise de prestacao de contas,  comparo-os e arquivo-os, mas claro antes o contribuinte paga a conta.

                         No caso da Caixa Economica repete-se o procedimento acima, e assim vai.

                         Me imagino hoje indo comprar um apartamento, e o corretor diz, Sr. não precisa se preocupar com a credibilidade de nossa empresa, estamos no mercado a 50 anos, e eu olho para ele e digo e daí? Se você quebrar amanha, existirá alguma cláusula de preferencia de me reembolsar antes que os credores preferenciais listados na legislacao pertinente (Lei de Falencias), por acaso estou imune de que a sua empresa seja comprada por um empreendedor, que dois dias depois da compra seja interditado porque fez o negocio da compra com propositos espurios? É eu que me ferrarei? Não? Entao meu amigo seu argumento de solidez de sua empresa para mim de nada vale, ou preciso lembrar o caso da Construtura Encol? E muitos outros de outros seguimentos de Negócios.

                         Hoje me deparei uma materiazinha, que motivou-me a escrever este leve post. (csl)


Gafisa


Uma extensa reportagem do Estado de São Paulo mostra o que ocorreu com a Gafisa, uma das maiores construtoras do país, nos últimos anos. De estrela da bolsa, com direito a abrir capital nos Estados Unidos, a empresa teve redução no lucro, aumento no endividamento e redução no valor de mercado (leia-se, queda na cotação das ações). O trecho a seguir poderia, perfeitamente, ser usado numa aula de análise de balanços. Recomendo a leitura para aqueles que gostam do assunto:




(...) Consultores, analistas, concorrentes e conselheiros da própria empresa consultados pelo Estado concordam que o principal erro da Gafisa foi sua pressa em crescer. "O setor imobiliário utiliza capital intensivo. Quanto mais a empresa cresce, mais ela precisa colocar capital e aumentar sua alavancagem financeira", diz o analista de mercado imobiliário do Santander, Flávio Queiroz. "A Gafisa captou recursos e saiu comprando terrenos e lançando empreendimentos sem ter capacidade para executar", diz um consultor, que não quis se identificar.


No meio dessa corrida, comprou a Tenda, em setembro de 2008. Seria uma forma de entrar mais rápido no celebrado segmento de imóveis econômicos. Mas o legado de problemas da Tenda se mostrou maior do que a Gafisa imaginava. "Olhando para o passado, é fácil perceber que a aquisição da Tenda foi um erro", diz o conselheiro da Gafisa, Guilherme Affonso Ferreira.
[Na foto abaixo, o grande erro da Tenda]



Segundo ele, muitos empreendimentos da construtora popular, principalmente os lançados antes de 2008, tiveram os custos subestimados, problemas para repassar os clientes para o banco e até entraves na documentação. "O sistema de triagem da Tenda não era o mesmo da Caixa Econômica Federal. A companhia tem cerca de 15 mil contratos que devem ser renegociados, de clientes ou projetos que não se enquadram no financiamento do banco", diz Ferreira.


No mercado imobiliário, em geral, os clientes pagam até 30% do preço do imóvel durante a obra, mas o custo para a construção do empreendimento pode chegar a 60% do valor geral de venda (VGV). A construtora só recebe o restante dos recursos após a entrega das chaves, quando transfere os clientes para o banco. Para os imóveis oferecidos à baixa renda, há uma linha de crédito associativo da Caixa Econômica que permite à construtora antecipar recursos durante a obra. Mas a maioria dos imóveis que a Gafisa herdou da Tenda não atendia aos pré-requisitos do banco e teve de ser financiada com dinheiro da empresa.



Isso atrasou as entregas dos projetos da Tenda, consumiu caixa e reduziu as margens da Gafisa. A empresa encerrou o mês de setembro com R$ 912 milhões em caixa, um volume 26% menor do que no mesmo período de 2010. Até setembro, a margem Ebitda atingiu 16%, o mínimo do guidance de 2011 e 3,6 pontos porcentuais abaixo dos nove primeiros meses de 2010.


‘Basta’. Mas agora a empresa resolveu dar um basta nessas perdas. No terceiro trimestre, foram lançados apenas dois empreendimentos com a marca Tenda, com 324 unidades e um VGV de R$ 49 milhões - uma redução de 90% em relação ao mesmo período do ano passado. E o corte pode crescer ainda mais, "De agora em diante, os novos projetos da Tenda serão realizados somente com o processo de repasse imediato para a Caixa", informou o presidente da companhia, Duilio Calciolari, em comunicado divulgado no último dia 14. Na prática, isso significa parar d empreendimentos da Tenda, com raras exceções, até reestruturar a operação, segundo o conselheiro Ferreira.


No mercado financeiro, a notícia de segurar os lançamentos foi bem recebida. "A compra da Tenda não funcionou como a Gafisa planejava. Insistir no erro é pior. Eles devem focar na geração de caixa", diz Queiroz, do Santander. Para ele, o plano de reestruturação da Gafisa deve surtir efeito e elevar a rentabilidade da empresa.


Uma das apostas da companhia para recompor o caixa é aumentar a participação da marca Alphaville. Os empreendimentos da marca, adquirida pela Gafisa em 2006, têm rentabilidade média de 50%, mais que o dobro da média da companhia. No terceiro trimestre deste ano, o volume de lançamentos cresceu 56% e somou 33% do total. A empresa já identificou 60 cidades com potencial de receber loteamentos da Alphaville em até cinco anos.


Ranking. Antes de a Gafisa divulgar que pretende enxugar sua operação, a ação da companhia derreteu. Só neste ano, os papéis caíram 55%. Hoje, está avaliada em R$ 2,4 bilhões. Em 2007, antes da aquisição da Tenda, o valor de mercado de Gafisa era de R$ 4,3 bilhões, segundo a Economática (veja quadro acima).


A Gafisa está há 57 anos no mercado, mas mudou de patamar depois da entrada da GP Investimentos. O fundo tirou a empresa de um período de crise e reestruturou sua gestão. À GP, em 2005, uniu-se o investidor americano Sam Zell, que comprou cerca de 30% da empresa - ele anunciou a venda de todas as ações neste ano.


Mas foi a abertura de capital que trouxe fôlego financeiro para o negócio. A empresa lançou suas ações na Bovespa em fevereiro de 2006 e, cerca de um ano depois, na Bolsa de Nova York. Em cada um dos IPOs arrecadou cerca de R$ 1 bilhão. Agora, vai dar dois passos para trás para depois dar um para frente.


Fonte: http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/search/label/an%C3%A1lise%20de%20balan%C3%A7os


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