My Way - Mars - Gun's... Canções que tocam a minha ALMA (seleção csl)

terça-feira, 5 de julho de 2011

O que fazer para ser um milionário/bilionário?


Existem duas situações, ou seja, Ser/Se tornar milionário e se manter


A.1) Para ser/se tornar


Basicamente existem duas maneiras de se tornar milionário: O jeito fácil e o jeito difícil.


O jeito fácil:

É nascer numa família rica, como Paris Hilton, Pedro Paulo Diniz do Grupo Pão de Açúcar, entre outros, infelizmente, isso é para poucos, mas se você está querendo ficar milionário de uma maneira mais fácil sem sacrifício, há outras maneiras para começar, a exemplo: Ganhar na loteria, ou ganhar em um reality show. Mas lembre-se que essas maneiras podem te tornar milionário, mas não fazer com que você seja um milionário.

O jeito difícil:

Se, você não tem berço de ouro e tampouco é herdeiro ou sortudo, pode se tornar um milionário abrindo uma empresa, mas saiba que não será fácil.

Muitos milionários são pessoas que investiram num negócio próprio e por competência, fé, perseverança e determinação chegaram lá. A explicação é simples, você não irá se tornar milionário trabalhando de empregado. Portanto, é melhor começar sendo cabeça de lambari do que ser cauda de tubarão, ou seja, começar um pequeno negócio é amanhã poderá tornar-se grande, não perca a fé em você e em seu sonho. É claro que para abrir um negócio próprio é um grande risco, mas superando- os será recompensado.

Para abrir seu negócio próprio é necessário que estude muito bem a respeito, procure informações adequadas, confiáveis e acredite até o fim. Se der errado, lembre-se que as maiores lições serão para a vida toda. A maioria dos milionários deu errado uma, duas ou mais vezes, antes de fazerem a coisa certa e a cada vez aprendiam lições para o próximo negócio.

A.2) Para se tornar - Basta ter disciplina, e ser racional, senão vejamos:

Juntar o primeiro milhão pode ser mais fácil do que você imagina. Se você não tem sorte para ganhar prêmios na loteria nem carisma suficiente para ser o vencedor de um reality show, tente estas cinco dicas para você entrar no seleto clube dos milionários.

Os especialistas Gustavo Cerbasi, Claudio Boriola e Douglas Renato Pinheiro apontam alguns passos que, se seguidos com muito esforço e paciência, podem dar um incremento significativo em suas finanças e fazer com que seu patrimônio ultrapasse a casa dos seis zeros.

“O brasileiro ainda está no início do processo de educação financeira”, avalia Cerbasi. “Estamos acostumados a viver muito o momento, a gastar tudo rapidamente. É preciso trabalhar no agora para termos uma visão de futuro”, completa Boriola.

Acompanhe o passo-a-passo e prepare-se para ver seus rendimentos crescerem.

Passo 1: transforme a economia em algo automático

Para chegar ao seu primeiro milhão, você deve economizar sempre, mesmo que seja pouco. A dica dos especialistas é destinar, pelo menos, 10% dos rendimentos por mês para qualquer tipo de investimento.

"É preciso ter um planejamento financeiro, saber exatamente as despesas fixas e variadas do mês para quantificar e definir o que ser investido mensalmente", indica Douglas Renato Pinheiro, economista e professor de administração das Faculdades Rio Branco.

"É um passo importante para a pessoa não ficar muito suscetível a variações momentâneas do mercado. As pessoas precisam de uma visão mais ponderada", continua Gustavo Cerbasi.

Segundo Pinheiro, a opção para quem quer enriquecer a longo prazo é o mercado de ações. "Ninguém se torna milionário em curto prazo. Então, a longo prazo, deve-se fazer investimentos agressivos; indico o mercado de capitais."

Claudio Boriola, entretanto, acredita que qualquer tipo de investimento é válido. "Recomendo investir 10% dos rendimentos por mês, não importa em qual frente. Pode ser poupança, ações ou títulos de renda fixa. Pesquise aqueles que são mais adequados a você."

Passo 2: tire vantagem dos impostos

Para fugir dos impostos, você deve evitar uma postura muito inconstante, com movimentações exageradas nos investimentos. Além disso, apostar em fundos isentos de impostos é a saída ideal. "Existem vários tipos de aplicações com isenções de impostos, como a poupança", aponta Boriola. Segundo levantamentos do economista, com aplicações de R$ 1 por dia na caderneta, com taxas de 0,64% ao mês, o investidor terá, após 20 anos, R$ 17.092,85 na conta. "Se aumentar um pouquinho o valor, o resultado sobe bastante", completa.

Cerbasi aponta que uma postura mais conservadora pode poupar o investidor de gastos excessivos com impostos. "A postura mais passiva, pensando em investir em qualidade e não em desinvestir, faz com que se pague menos impostos."

"O que podemos fazer é guardar todos os recibos para abater as possibilidades de descontos que o governo oferece nos impostos", finaliza Pinheiro.

Passo 3: faça seu dinheiro trabalhar para você
Paciência é o segredo para fugir da cadeia "trabalha, recebe, paga conta". Você deve investir pensando em longo prazo para colher seus frutos. "Não adianta ser Indiana Jones no mercado financeiro, ficar caçando oportunidades", diz Cerbasi.

Para o consultor, o investidor deve buscar informações sobre negócios e empresas. "Quem tem visão a curto prazo faz um jogo. Quem tem visão de longo prazo colhe resultados consistentes."

"Esse é um passo fundamental para você deixar de ser escravo do dinheiro, escravo das contas a pagar", completa Boriola.

Passo 4: incremente sua capacidade de ganhar dinheiro

Dinheiro gera dinheiro e, para viver a tão sonhada independência financeira, é preciso aproveitar as oportunidades. Para Gustavo Cerbasi, somente os mais bem preparados poderão desfrutar de tudo o que o atual momento da economia brasileira pode oferecer.

"O Brasil está muito próximo de alcançar o 'investment grade' e isso vai gerar alguns efeitos interessantes (...), mas oportunidade não é uma maravilha para todos. Significa maior concorrência e esse é um convite para as pessoas se aprimorarem", diz.

"Empreender o negócio não é fácil, principalmente no Brasil. É importante estar sempre atualizado e informado. O Sebrae sempre dá cursos de como gerir os negócios. Pode ser uma dica valiosa", sugere Douglas Renato Pinheiro.

Passo 5: não pare de economizar

Para se tornar um milionário, você deve adotar a estratégia do devagar e sempre. Para Gustavo Cerbasi, os investimentos devem ser contínuos, mesmo se isso significar uma entrada temporária no cheque especial. "Um dos erros mais graves é poupar quando sobra ou se sobra. Na verdade, o futuro não é uma probabilidade, é certo. Assim como o futuro é concreto, o investimento deve ser também."

"Se você tem um planejamento mensal, anual, consegue ter investimento. A essência é fazer o planejamento domestico", finaliza Pinheiro.

"Quem puder economizar, quanto mais, melhor. Mas não adianta fazer todo esse esforço e, quando for ao shopping, por impulso, gastar todas as suas economias", aponta Claudio Boriola. "Falamos de investimentos, de poupar, mas a base de formação do homem é a cultura, principalmente financeira. Quem souber aproveitar a dica será feliz financeiramente", completou.
Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/torne-se-um-milionario-confira-5-dicas/12591/


B) Se manter

            1) Tenha um advogado e contador a tiracolo;
            2) Saber contratar pessoas;
            3) Saber o que é, e para que serve a contabilidade;
            4) Dominar Finanças e
            5) Viajar bastante (Conhecer culturas diferentes - Open your mind)

Conheça as pessoas afortunadas do planeta e seu primeiro emprego:

1. Carlos Slim – US$ 74 bilhões (Claro, Embratel, Telmex)



O mais rico do mundo, com US$ 74 bilhões, começou a carreira como professor de álgebra e programação linear da Universidade Nacional Autônoma do México, enquanto ainda estudava engenharia
2. Bill Gates – US$ 56 bilhões (Microsoft)



O segundo mais rico, com US$ 56 bilhões, começou a trabalhar como desenvolvedor de softwares para a empresa TRW
3. Warren Buffett - US$ 50 bilhões (Berkshire Hathaway)



O terceiro na lista da Forbes dos mais ricos, com US$ 50 bilhões, foi entregador de jornal aos 13 anos.

4. Bernard Arnault – US$ 41 bilhões (LVMH)



O quarto bilionário, com US$ 41 bilhões, era engenheiro na empresa de construção civil Ferret-Savinel
5. Larry Ellison – US$ 39,5 bilhões (Oracle)



O quinto na lista da Forbes, com US$ 39,5 bilhões, foi programador de Software

6. Lakshmi Mittal - US$ 31,2 bilhões (Arcelor Mittal)



O sexto mais rico segundo a Forbes, com US$ 31,1 bilhões, começou trabalhando na empresa de produção de aço de sua família
7. Amancio Ortega – US$ 31 bilhões (Zara)



O sétimo bilionário, com US$ 31 bilhões, iniciou a carreira como entregador de camisas
8. Eike Batista – US$ 30 bilhões (EBX)



O brasileiro, oitavo maior bilionário do mundo com US$ 30 bilhões, foi vendedor de apólices de seguros na Alemanha
9. Mukesh Ambani – US$ 27 bilhões (Reliance Industries)



O nono na lista dos mais ricos, com US$ 27 bilhões, começou na própria Reliance Industry, onde atualmente é presidente

10. Christy Walton e família - US$ 26,5 bilhões (Walmart)




11. Li Ka-shing – US$ 26 bilhões (Hutchison Whampoa)



O 11º bilionário, com US$ 26 bilhões, trabalhou em uma fábrica de plásticos

12. Karl Albrecht – US$ 25,5 bilhões (supermercados Aldi Sud)



O 12º mais rico do mundo, com US$ 25,5 bilhões, trabalhou em uma loja de alimentos

13. Stefan Persson – US$ 24,5 bilhões (H&M)




14. Vladimir Lisin – US$ 24 bilhões (Novolipetsk Steel)




O 14º bilionário, com US$ 24 bilhões, começou como mecânico em uma mina de carvão soviética.

15. Liliane Bettencourt - US$ 23,5 bilhões (L’Oreal)




16. Sheldon Adelson – US$ 23,3 bilhões (Adelson’s Las Vegas Sands)



O 16º da lista da Forbes, com US$ 23,3 bilhões, iniciou a carreira como vendedor de jornais

17. David Thomson e família – US$ 23 bilhões (Thomson Reuters)




18. Charles Koch – US$ 22 bilhões (Koch Industries)



O 18º colocado entre os mais ricos, com US$ 22 bilhões, começou trabalhando na Arthur D. Little Inc, uma consultoria corporativa

19. David Koch – US$ 22 bilhões (Koch Industries)




20. Jim Walton – US$ 21,3 bilhões (Walmart)



21. Alice Walton - US$ 21,2 Bilhões



A 21ª da lista da Forbes, com US$ 21,2 bilhões, começou a carreira seguindo a sua formação em finanças como analista do banco First Commerce Corporation

22. Robson Walton - US$ 21 bilhões



O 22º mais rico do mundo, com US$ 21 bilhões, trabalhou em um escritório de advocacia antes de entrar para o Walmart
23. Larry Page - US$ 19,8 bilhões




O 24º bilionário, com US$ 19,8 bilhões, trabalhou com Sergey Brin no Advanced Management Systems em Washington.


24. Sergey Brin - US$ 19,8 bilhões



O também em 24º na lista da Forbes, com US$ 19,8 bilhões, Trabalhou com Larry Page no Advanced Management Systems em Washington

** Roman Abramovich - US$ 18,7 bilhões (pesquisado por csl)



Milionário russo, proprietário do clube inglês Chelsea, dono de US$ 18,7 bilhões. Sua fortuna começou com a proteção de Boris Brezovsky, que o ajudou a entrar nos negócios. Deixou o Instituto de Transportes de Moscou para se dedicar aos negócios.

29. Alexi Mordashov - US$ 18,5 bilhões



O 29º mais rico do mundo, com US$ 18,5 bilhões, trabalha desde o início da carreira na Severstal.

30. Michael Bloomberg - US$ 18,1 bilhões



O 30º bilionário, com US$ 18,1 bilhões, foi funcionário de uma empresa de estacionamento

31. Jeff Bezos - US$ 18,1 bilhões



O 31º da lista dos mais ricos, com US$ 18,1 bilhões, trabalhou na Fitel, uma pequena empresa fabricante de fibra óptica em Wall Street, ajudando a montar uma rede para comercializar internacionalmente

32. Michele Ferrero - US$ 18 bilhões

O 32º bilionário, com US$ 18 bilhões, começou na pastelaria de seu pai que posteriormente tornou-se uma fábrica de produtos criados por pai e filho

33. Mikhail Prokhorov - US$ 18 bilhões



O também 32º na lista da Forbes, com US$ 18 bilhões, começou como chefe do Departamento de Administração do Banco Internacional de Cooperação Econômica, após terminar a faculdade

34. Vladimir Potanin - US$ 17,8 bilhões



O 34º mais rico do mundo, com US$ 17,8 bilhões, começou a carreira trabalhando no Departamento de Comércio soviético.

35. Azim Premji - US$ 16,8 bilhões



O 36º bilionário, com US$ 16,8 bilhões, começou na Wipron, empresa de tecnologia da informação, onde hoje é presidente.

36. Oleg Deripaska - US$ 16,8 bilhões



O também 36º na lista da Forbes, com US$ 16,8 bilhões, iniciou trabalhando em uma empresa do comércio de metais, após o fim da União Soviética

** Paul Allen - US$ 16 bilhões (pesquisado por csl)



Co-fundador e segundo maior acionista da Microsoft, é amigo de infância de Bill Gates. Não chegou a pegar seu diploma na Universidade de Washington. Hoje, tem uma fortuna de US$ 16 bilhões.

37. John Paulson - US$ 16 bilhões


O 41º maior bilionário, com US$ 16 bilhões, foi consultor de gestão no Boston Consulting Group

38. Ravi Ruia - US$ 15,8 bilhões



O 42º na lista da Forbes com seu irmão Shashi Ruia, com US$ 15,8 bilhões, começaram a carreira trabalhando nos negócios do pai em 1965.

39. Michael Dell - 14,6 bilhões



O 44º mais rico do mundo, com US$ 14,6 bilhões, começou a trabalhar com 12 anos lavando louça em um restaurante chinês. Posteriormente, foi desenvolver a mesma função em um restaurante mexicano

40. Steve Ballmer - 14,5 bilhões



O 46º na lista da Forbes, com US$ 14,5 bilhões, começou na Procter Gamble ajudando nas vendas de uma empresa de sobremesa

41. George Soros - 14,5 bilhões


O também 46º bilionário, com US$ 14,5 bilhões, trabalhou como operador de arbitragem em Nova York, com 26 anos.

** Carh Icahn - US$ 14 bilhões






O judeu nova-iorquino deixou duas universidades, uma delas de medicina. Hoje, é considerado o 46º homem mais rico do mundo, com US$ 14 bilhões.

42. Vagit Alekperov -  13,9 bilhões



 O 50º mais rico do mundo, com US$ 13,9 bilhões, começou aos 18 anos a trabalhar na indústria de petróleo do Azerbaijão










Fontes: http://colunas.epocanegocios.globo.com/financasdebolso/2011/03/09/os-mais-ricos-do-mundo/ e http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201107061319_TRR_79810293#tphotos e alguns ajuste pela csl, uma vez que encontrei outras informações na internet, desta forma tive reclassificar.


Vídeo


Texto de minha autoria:

Vida Simples


        Quando decidi elaborar este vídeo e colocar no meu blog, na realidade eu gostaria de compreender o que faz uma pessoa com 53 bilhões de dólares, o que faz uma pessoa conseguir ter esta fortuna, e qual a vantagem que a Maria leva em ter este montante de dinheiro.


         Da breve análise que eu fiz, constatei que os 20 mais afortunados do planeta tem origem simples, ou a origem da fortuna foi de alguém que teve origem simples (exemplo wal-mart), diferente de Eike Batista, que tem um histórico de formação e estrutura familiar que dá a entender que levaria ele aonde ele está hoje, não necessariamente, mas deu certo.


         Outras questões comuns guardam relação com o despreendimento a regras de mercado, a exemplo de Warren Buffet, pois ele compra a ação quando esta em baixa, o mercado diz para você vender quando esta em baixa a ação, e ele não gosta muito de distribuir dividendos, o que as empresas primam por isso, para manter o investidor, ele pensa diferente, se ele turbinar a ação do investidor, melhor ele continuar sendo sócio/acionista do negócio, pois para que retirar os dividendos se a sua ação esta cada vez valendo mais?


Conheça um pouco do o homem mais rico do planeta:


                                                                     Carlos Slim


Quem é, como vive e o que pensa o homem mais rico do planeta

Entrevistamos Carlos Slim, o empresário mexicano que desbancou Bill Gates no ranking dos bilionários. Ele tem um pé na velha e outro na nova economia, não usa computador, mas ganha dinheiro como ninguém na era da globalização. Quem faz sua cabeça é o futurólogo e amigo Alvin Toffler

Estela Caparelli, da Cidade do México
www.epocanegocios.com.br/

Quando o táxi entra no bairro de Lomas de Chapultepec, penso que não haveria lugar mais apropriado na Cidade do México para abrigar a casa e o escritório do novo homem mais rico do mundo, o mexicano de origem libanesa Carlos Slim Helú. Em "Las Lomas", como a área é conhecida, casarões e edifícios assinados por arquitetos mexicanos de renome, como Luis Barragán e Ricardo Legorreta, foram erguidos sobre os terrenos mais caros do país. Na rua Paseo de las Palmas já se avistam pela janela do carro os jovens executivos bem vestidos que trabalham nas empresas vizinhas de Slim, os bancos JP Morgan e Tokyo-Mitsubishi. "O 736 é ali", diz o taxista, apontando para o edifício de três andares onde fica a sede do Grupo Financeiro Inbursa, que abriga o escritório do empresário. O prédio nada tem de especial. No pequeno hall principal, piso e paredes de mármore. Passo pela recepção, subo dois lances de escada e me sento em um sofá de couro, à espera de um sinal da secretária para chegar ao homem mais poderoso do México, cuja fortuna e influência são motivo de conversas apaixonadas entre os mexicanos de todas as classes sociais. O gosto espartano sugere que os decoradores não têm influência por aqui, mas essa sensação de simplicidade se dissolve quando os olhos pousam nas pinturas e esculturas da coleção particular de Slim, distribuídas pelo ambiente. Elas são uma das glórias pessoais do empresário e ocupam todos os cantos e paredes. Trabalhos de pintores como Van Gogh, Renoir e Diego Rivera dividem espaço com A Primavera Eterna, uma das centenas de obras do escultor francês Auguste Rodin adquiridas por seu maior colecionador privado, o próprio Slim.

UM SENHOR ENTRA NA SALA E FAZ UM GESTO CALOROSO. É ELE, SLIM

Sou chamada para a entrevista e descubro que o controlador da Claro e da Embratel brasileiras despacha em uma sala ampla e austera, de cerca de 80 metros quadrados. O lugar transpira sua presença. No canto direito, há uma mesa rentangular repleta de papéis e sem computador. O empresário não usa nem nunca usou esse tipo de equipamento. Não lê documentos na tela nem envia ou recebe e-mails. Slim costuma dizer que toda a informação necessária para tomar uma decisão de negócios tem de caber em uma folha de papel. Encostado na parede, perto da porta principal, está um conjunto de sofás de couro verde e um cinzeiro de cristal onde repousa um isqueiro, pista da presença de um aficionado por charutos Cohiba, dos quais fuma pelo menos dois por dia. Ao lado dos sofás, em um pedestal, a escultura Os Últimos Dias de Napoleão, do escultor suí­ço Vicenzo Vela ("Está lá para que ele não esqueça de que é preciso ter sempre os pés no chão", diz uma fonte próxima ao empresário). No canto esquerdo, uma parede repleta de livros com temas relacionados a história, economia e seu esporte predileto: o beisebol. Ao lado, está a mesa de reuniões oval, tomada por papéis. Cercando o lugar, óleos de pintores como os mexicanos Gerardo Murillo e José Maria Velasco. A decoração reflete, a seu modo minimalista, alguns dos princípios centrais do modelo slimiano de administração: praticidade, austeridade, adoção de estruturas simples, investimento em ativos rentáveis.

Um senhor de estatura média e gestos calorosos, entra, afinal, no escritório. É Slim, tem 67 anos. Está vestido com uma camisa social branca com suas iniciais bordadas e uma gravata verde-menta, sem paletó. Na conversa que se seguiu, o titã latino fala de sua receita pessoal de administração, de globalização e de temas como Brasil, redistribuição de riqueza e até mesmo felicidade. Não se recusou a responder nenhuma pergunta. De bom humor, sentado a minha frente com o braço apoiado na cadeira ao lado, apenas endureceu o tom ao comentar o lance épico mais recente de sua biografia: ter sido apontando, no mês passado, como o homem mais rico do mundo, desbancando o fundador da Microsoft, Bill Gates, que ocupa há 13 anos o topo da lista da fortuna da revista Forbes. O fato, anunciado por um respeitado site mexicano de economia, o Sentido Común, que acompanha a evolução da fortuna de Slim na bolsa, provocou toda sorte de comentários e atraiu uma avalanche de atenção indesejada. Novamente, abriu-se o debate sobre o virtual monopólio da Telmex, que tem 91% da telefonia fixa do México. Falou-se, claro, sobre o paradoxo que representa a riqueza faraônica de Slim em um país com tantos milhões de pobres. Outra vez se discutiu quanto o empresário dedica à filantropia, quando comparado a doadores generosos como Gates ou Warren Buffett, o terceiro da lista da Forbes.

Na entrevista, Slim fez questão de desdenhar a sua nova posição de homem mais rico do planeta. "Não recebi essa notícia, mas é irrelevante", diz ele, com semblante pesado. "Não é uma competição. Não estou jogando futebol." O que o preocupa, afirma, é quanto suas empresas estão investindo e o que está acontecendo com elas. Seu principal desafio, explicita, é usar a Fundação Carso e outros braços filantrópicos de seu grupo para combater a exclusão e a pobreza, investindo em saúde, educação e emprego. A verba é de US$ 10 bilhões nos próximos quatro anos. "Ninguém leva nada deste mundo quando morre", afirma. "A riqueza deve ser administrada com eficiência, probidade, eficácia e sobriedade."

Existem atalhos para se entender a personalidade do homem que detém o equivalente a 7,5% do PIB do México (uma comparação, aliás, que ele abomina). Em primeiro lugar está o pai, um comerciante libanês que chegou ao Novo Mundo próximo às convulsões políticas da revolução mexicana, no início do século 20. Como o pai, Slim é um homem de família, que vive cercado por filhos e genros, na vida e nos negócios. Como ele, também, é um negociante obstinado, herdeiro de uma tradição libanesa que vem dos fenícios, os primeiros vendedores internacionais do planeta. Diferentemente de outros bilionários recentes, Slim não é um homem moderno no sentido tecnológico ou cosmopolita da palavra. Formou-se na velha economia e seus ídolos empresariais são Warren Buffett - com quem aprendeu a comprar na baixa - e Jean Paul Getty, morto em 1976, colecionador de arte e magnata americano do petróleo. Getty cunhou em 1957 a frase famosamente melancólica: "Um bilhão de dólares não é mais o que costumava ser". Slim descobriu Getty ainda jovem, lendo uma reportagem na revista Playboy.

Estatísticas de beisebol

 Antiquado, o criador dos celulares pré-pagos no México gosta de coisas antigas, como Sofia Loren e boleros. Seus filmes favoritos são Tempos Modernos, de Charles Chaplin, e El Cid, um épico de capa e espada com Charlton Heston no papel principal. Sua simplicidade pessoal é legendária: veste as gravatas da própria loja, a Sanborns, e se diverte sozinho refazendo à mão estatísticas sobre beisebol. Não usa computadores, embora conte, entre seus melhores amigos, com o cientista americano Nicholas Negroponte - o pai do computador de US$ 100, a quem prometeu desembolsar US$ 50 milhões para distribuir as máquinas entre estudantes mexicanos e da América Central - e Alvin Toffler, o futurólogo. Esse é uma espécie de mentor do empresário e de seus filhos, a quem costuma dar palestras domésticas, informais. Durante a entrevista, mais de uma vez Slim se apoiou nas idéias de Toffler para explicar as suas próprias, como ao definir o novo mundo dos serviços criado pela tecnologia e a educação: "A maravilha dessa nova civilização é que ela se desenvolve e se sustenta com o bem-estar dos demais. A ninguém mais convém explorar outra pessoa, a pobreza".

JOVEM, SLIM DESCOBRIU O MAGNATA PAUL GETTY. TORNOU-SE SEU ÍDOLO

Há uma história contada por Arturo Ayub, o genro de Slim, que ajuda a entender como a falta de informação tecnológica é incapaz de embotar a astúcia natural do homem de negócios. Diz Ayub: "Eu comecei a Prodigy, um provedor internet. Um dia, cheguei muito satisfeito a uma reunião dizendo que já tínhamos 90 mil usuários. Slim me perguntou: 'Mas como, apenas 90 mil?' Eu expliquei que tínhamos um problema para a expansão, porque não havia tantas pessoas com computador no México. Então ele disse: 'O problema é que as pessoas não têm computador? Então, vamos vender computadores de forma facilitada para elas'. Do nada ele criou um esquema de financiamento de computadores em 24 meses, sem juros, com as parcelas debitadas na conta telefônica. Posso dizer a você que, hoje, a Telmex é a maior vendedora de computadores no México. Vendemos, desde 1999, mais de 1,3 milhão de computadores. No começo da promoção, vendíamos 3 mil computadores ao dia".

Desde que o site editado pelo jornalista financeiro Eduardo García o colocou no topo de ranking dos mais endinheirados do planeta, Slim vem tratando de minimizar a repercussão dessa informação. Liderar a lista de bilionários significa superexposição e má publicidade: uma péssima combinação, no momento em que suas empresas preparam decisões estratégicas de expansão. E se há uma coisa que pode tirar "o engenheiro" do sério, dizem os que o conhecem, é ser atrapalhado em sua discreta e eficiente rotina de negócios. Mas, goste ele ou não, a lista existe e nela o valor de mercado das ações de Slim é de US$ 62,9 bilhões, superior aos US$ 56 bilhões de Gates e aos US$ 52,4 bilhões de Buffett divulgados pela revista Forbes em março deste ano.

Medida em ativos, mais do que em cifras, a fortuna de Slim é impressionante. Ele controla ou participa de mais de 200 empresas, atuantes em setores tão diversos como telecomunicações, mineração, alimentos, serviços financeiros e restaurantes. Os mexicanos costumam dizer que é impossível viver um dia no país sem comprar algum produto ou usar algum dos serviços das empresas do Grupo Carso. No Brasil não existe ninguém tão remotamente poderoso. O banqueiro José Safra, por exemplo, é o brasileiro mais bem colocado na lista da Forbes. Ele divide a posição número 119 com outros oito bilionários internacionais, donos de uma fortuna de US$ 6 bilhões cada um. A riqueza de Safra, entretanto, corresponde a somente 0,3% do PIB brasileiro, de US$ 1,77 trilhão. Se alguém no Brasil fosse dono de 7,5% do PIB, a fortuna desse superbilionário hipotético seria de US$ 133 bilhões - ou 22 vezes a fortuna de José Safra.

Como Slim reage a isso? "Fico muito contente que exista uma empresa que, a partir do México, um país em desenvolvimento, tenha criado uma companhia transnacional como a América Móvil, que cria valor para os investidores e compete globalmente, e com sucesso, com os grandes do mundo", afirma. "É importante que a globalização possa ser feita a partir de nossos países, como a Vale do Rio Doce está mostrando. É formidável."

A história da extraordinária acumulação de Slim começou em 1966, quando ele, com apenas 26 anos, já tinha o equivalente, na época, a US$ 400 mil, obtidos com investimentos na bolsa e suporte do patrimônio familiar. Nessa época, recém-casado com Soumaya Domit Gemayel, com quem viria a ter seis filhos, lançou-se no mundo dos negócios adquirindo empresas no setor imobiliário, de construção civil e engarrafamento de bebidas. Nas duas décadas seguintes, seu grupo teve um crescimento gradativo, típico dos padrões mexicanos. Em 1982, tudo mudou. Desafiando o espírito de manada, ele foi às compras em meio a uma das mais severas crises da moderna economia mexicana. Enquanto os investidores estrangeiros e locais tentavam se desfazer de seus ativos a qualquer preço, Slim fez o contrário: comprou mineradoras, lojas de varejo, fábricas de cabos e muito mais. Formou, ao longo da crise e de seus efeitos, o maior conglomerado econômico do país - o Grupo Carso - que fatura por ano US$ 8,5 bilhões. Essa foi a primeira fase de sua metamorfose econômica. "As decisões que tomei naqueles anos me fizeram lembrar a decisão tomada por meu pai em 1914, quando, em plena revolução mexicana, comprou do irmão 50% do negócio (da família), colocando em risco todo o seu capital e seu futuro", disse Slim ao biógrafo José Martínez.

A segunda metamorfose teve lugar em 1990, quando, em companhia da France Telecom, da Southwestern Bell e de outros 35 investidores mexicanos, entrou no leilão das privatizações e arrematou o controle da Telmex, gigante estatal das telecomunicações. Foi assim, pela escada da telefonia, que ele chegou à cobertura do mundo internacional dos negócios. Suas duas companhias telefônicas, a Telmex e a América Móvil, valem, juntas, 16 vezes mais do que o Grupo Carso, que tem quatro décadas de existência. Em 1991, quando seu nome apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes, Slim era conhecido apenas por umas poucas pessoas do mundo empresarial mexicano. Naqueles tempos, dirigia um Thunderbird 1989 e tinha uma fortuna estimada em US$ 2,1 bilhões. Agora, passados 17 anos, ele domina o setor de telecomunicações na América Latina, é um rosto conhecido no mundo inteiro e tornou-se, a contragosto, o homem mais rico do planeta.

Desde a infância, Slim teve seu pendor para negócios estimulado pelo pai, Julián Slim Haddad. Ele é o quinto dos seis filhos do casamento de Julián com a mexicana de origem libanesa Linda Helú. Segundo seu biógrafo, Slim foi, entre todos os irmãos, o herdeiro das habilidades paternas. Desde pequeno, observava o pai comprar mercadorias em outros países e revendê-las em sua loja na Cidade do México. Aos 12 anos, abriu uma conta bancária com cerca de US$ 400. Com 16 anos, comprou suas primeiras ações do Banco Nacional do México, hoje controlado pelo Citigroup. Por exigência do pai, Slim passou a anotar em cadernos com capa de couro o valor de suas movimentações financeiras. Guarda esses cadernos até hoje. No final dos anos 60, enquanto os jovens das famílias endinheiradas do México aproveitavam a vida em Paris, Slim começava a construir o Grupo Carso.

O MÉXICO NÁO É A CHINA

Ao contrário de Gates - seu sócio desde 2000 no portal de internet Prodigy MSN - Slim é, essencialmente, um empresário da velha economia que comprou um pedaço lucrativo da nova economia. Além de não usar computadores, ele não gosta de falar inglês em público nem tem um título de MBA pendurado na parede. O que diferencia esse engenheiro civil dos demais empresários é seu faro incomum para encontrar bons negócios e sua habilidade para implementá-los. Slim é um estrategista com talento excepcional, senso de oportunidade e clareza ao lidar com números. Não fosse assim, não teria conseguido forjar no México uma fortuna da magnitude daquela que forjou. A economia mexicana, embora relevante, não é a maior nem a mais dinâmica da América Latina, um continente por sua vez secundário na economia global. O México avança ao passo de 3% ao ano, não oferecendo as oportunidades criadas pelo crescimento galopante de 9% ao ano da China. De sua população de 107 milhões de habitantes, 49% estão em situação de pobreza estatística. Não se trata de um criadouro natural de bilionários.LANÇAMENTO DO PRÉ-PAGO NO MÉXICO FOI BATIZADO DE "PLANO GILLETTE"

Ainda assim, Slim é Slim. Por quê? Em parte, pelo mesmo motivo que ajudou Bill Gates a reinar absoluto por 13 anos na lista da Forbes: monopólio. Gates tem o Windows, que funciona em mais de 90% dos computadores do mundo. Slim tem o mercado mexicano de telefonia fixa na mesma proporção: exatos 91%. Tanto Gates quanto Slim enfrentam competidores, mas ambos têm conseguido manter níveis elevados de controle dos seus mercados. A outra alavanca na fortuna dos dois é a bolsa de valores. Slim se beneficiou, nos últimos anos, de uma multiplicação quase bíblica no valor dos papéis mexicanos. Sua fortuna pessoal em ações equivale à metade do valor da bolsa mexicana, cujo índice subiu 49% no ano passado. Por isso, sua riqueza cresceu mais de US$ 20 bilhões no último ano. Gates também se tornou Gates embalado pelos ventos da bolsa americana.

Se é verdade que a receita do mercado mexicano de telefonia fixa ajudou Slim a expandir seu império, também é verdade que ela não é a única responsável pelo crescimento assombroso da fortuna do empresário. A maior evidência disso é a América Móvil, empresa de telefonia celular do grupo, com 125 milhões de clientes e faturamento de US$ 22 bilhões. Ela começou como uma divisão de celular da Telmex e ganhou vida própria em 2000. Metade da fortuna do empresário vem da participação de 30% que ele detém na companhia, que equivale a US$ 32,6 bilhões. No segundo semestre, as ações subiram 26,5% em razão do desempenho da empresa, segundo a agência Sentido Común. Isso é resultado de uma tacada certeira feita lá atrás: a introdução dos celulares pré-pagos.

Há 12 anos, durante uma reunião com seus colaboradores, Slim apresentou uma proposta para aumentar as vendas de celulares: "Vamos lançar o Plano Gillette". Sua idéia era adotar na telefonia a lógica da empresa norte-americana, que vende o aparelho de barbear e, depois, mantém os clientes cativos vendendo lâminas. "Ele me pediu que procurasse um modelo de pré-pago no mundo, mas não havia nada no mercado. Tivemos de desenvolver a tecnologia internamente", diz Ayub que, na época, estava encarregado do projeto. Com um produto acessível aos consumidores mexicanos, Slim abocanhou o mercado. Em 1990, a divisão de celulares da Telmex que deu origem à América Móvil tinha 35 mil clientes. Hoje, tem no México 43 milhões de usuários, dos quais 40 milhões usam pré-pagos. Com isso, Slim detém 77% do mercado celular mexicano, enfrentando, entre outros concorrentes, a poderosa Telefónica, que atua no país com a marca Movistar.

Seus movimentos empresariais são orientados por um modelo próprio de gestão, sintetizado por ele mesmo em uma lista contendo dez mandamentos. Nela, o empresário defende estruturas simplificadas, austeridade nos gastos, ousadia nas idéias e reinvestimento no próprio negócio. Durante entrevista a Época NEGÓCIOS, acrescentou o 11o item à lista: a importância do espírito de equipe e de funcionários motivados. "São as pessoas que tornam as coisas possíveis; pessoas interessadas, motivadas, que vestem a camisa, como dizemos, e que sabem que podem alcançar qualquer desafio proposto." Ele acredita que uma empresa, qualquer que seja seu tamanho, precisa ter a mesma rapidez e flexibilidade de um pequeno comércio.

TRABALHA EM MANGAS DE CAMISA E CARREGA A PRÓPRIA AGENDA

Sua filosofia é a das empresas enxutas e flexíveis, com o mínimo de hierarquia necessário para tocar o empreendimento. Nelas não há lugar para estruturas corporativas pesadas, pompa e formalidade, sedes luxuosas, séqüitos de assessores e batalhões de secretárias, mordomias para um punhado de diretores e executivos ou modismos gerenciais. "Nunca tivemos um corporativo", afirma. "O corporativo faz muitas vezes que os operadores trabalhem para ele, em lugar de trabalhar para as operações, para o cliente, para o mercado." Se for necessário, o empresário fala pessoalmente com empregados menos graduados. Se um funcionário de um nível hierárquico mais baixo o chama para falar de um problema sério, ele atende a chamada. "Gosta de saber das coisas diretamente da fonte", diz uma pessoa que o conhece bem.

O estilo Slim nada tem de empolado. Ele trabalha em mangas de camisa e dizem que sempre carrega sua agenda embaixo do braço, para lembrar que é dono do próprio tempo. Como ele divide as poucas horas do dia entre as várias empresas e fundações? "Não divido o tempo, nunca dividi", diz ele. "Algumas vezes uma atividade demanda mais atenção e então me volto para ela." Quer dizer: ataca os problemas de frente, na hora em que se apresentam. Nos escritórios da empresa há quadros lembrando que o tempo é o bem mais precioso das pessoas e das organizações. Sobre a sua tarefa como líder de empresa, ele diz: "Meu trabalho é pensar". Slim trabalha dez horas por dia. Logo cedo, sai de sua casa no elegante bairro de Las Lomas, onde mora há 30 anos, e segue em uma Mercedes blindada até seu escritório, localizado a poucos minutos dali. Não tem helicóptero particular, mas, quando precisa voar, utiliza uma aeronave Cessna de seis lugares que pertence à Telmex. Quando chega ao escritório, costuma falar por telefone ou pessoalmente com seus filhos e genros, ou com Eduardo Valdes Acra, vice-presidente do Grupo Financeiro Inbursa, sobre a rotina de trabalho. Gosta de estar a par de tudo. Almoça normalmente com algum convidado na sala de reuniões ao lado de seu escritório ou no salão-museu que está no mesmo andar.

A FÓRMULA FALHA

 O "engenheiro" acredita em ciclos e perseverança. No período de vacas gordas, afirma, é preciso manter a austeridade, investir em modernização e, com discrição, antecipar os movimentos da concorrência. Nada de acomodação. No momento de crise, quando os ativos estão desvalorizados, é hora de ir às compras. Essa segunda parte ele aprendeu com Buffett. "Todos os momentos são bons para quem sabe trabalhar e tem como fazê-lo", diz sua regra número 9. Essa fórmula tem se mostrado acertada, mas não é infalível. Slim comprou em 2000 a CompUSA, uma cadeia de varejo de computadores americana que hoje está encolhendo diante da concorrência.

SLIM ME PREGUNTA: “SE TIVESSE DINHEIRO O QUE VOCÉ FARIA?”

Até a segunda metade dos anos 90, Slim dirigia pessoalmente todas as operações dos Grupos Carso e Inbursa, braço financeiro de suas organizações. Em 1997, decidiu se afastar do dia-a-dia das empresas após enfrentar problemas de saúde decorrentes de uma cirurgia de coração. No final do ano seguinte, colocou seus filhos e genros à frente dos negócios e se transformou em presidente honorário e vitalício do grupo. Hoje, comanda um empreendimento eminentemente familiar em sua estrutura. Seu filho mais velho, Carlos, 40 anos, é presidente do Grupo Carso; Marco Antonio, 38 anos, é diretor-geral do Grupo Inbursa; e Patrício, 37 anos, diretor da Carso Global Telecom, América Telecom e US Commercial Corp. Os genros de Slim também ocupam postos-chave nos negócios. Arturo Elias Ayub é porta-voz do Grupo Carso e diretor da Telmex. Daniel Hajj comanda um dos negócios mais rentáveis, a América Móvil. Outra pessoa influente no processo de decisões é o sobrinho Héctor, diretor-geral da Telmex. O primeiro escalão das empresas de Slim é totalmente dominado por homens. Das três filhas, apenas uma, Soumaya, trabalha com o Museu Soumaya, criado em homenagem à falecida esposa do empresário. No primeiro time de executivos do grupo há apenas cinco mulheres, nenhuma da família.

Às segundas-feiras, religiosamente, Slim reúne filhos e genros a partir das 10 horas em sua casa para um jantar. O cardápio é variado, mas quase sempre é servido um prato mexicano como chile rellenos (uma espécie de pimentão recheado com queijo) ou quesadillas (tortilhas de milho com queijo). A casa pode ser considerada austera para o padrão bilionário da família: tem seis quartos, uma pequena piscina. O único luxo são as obras de arte. Ele divide o lugar apenas com seu filho mais velho, Carlos, o único solteiro. Faz questão de dizer que não tem casas ou contas no exterior. Em mais de 40 anos nos negócios, ele jamais teve seu nome envolvido em escândalo ou denúncia. Nos fins de semana, o homem mais rico do mundo costuma se refugiar na natureza. Gosta de estar entre sequóias ou contemplar o amanhecer em Los Cabos, costa noroeste do México. "Ele é muito afetuoso, os netos o adoram. Pulam sobre ele e brincam", diz o genro Ayub. Slim confirmou que está usando seu tempo livre para escrever um livro com a história da família.

Quando lhe pergunto se é um homem feliz, ele responde rapidamente: "Creio que sim". Em seguida, flerta com a filosofia. "Mas a felicidade não é um estado, é um caminho em que há obstáculos, problemas", afirma. "O caminho da felicidade existe quando você tem claros seus valores principais e quando você é coerente com eles e consigo mesmo." Para Carlos Slim, ser feliz, aos 67 anos, é sinônimo de estar com a família, conversar com os amigos ou caminhar entre as árvores. A entrevista está chegando ao fim, o gravador foi desligado, mas ele pede a um assessor uma carta que escreveu em junho de 1994 para um grupo de estudantes. Nela, trata da questão da felicidade. Lê, então, alguns trechos em voz alta. "O equilíbrio emocional está na vida interior... É preciso evitar aqueles sentimentos que corroem a alma, como inveja, ciúme, soberba, luxúria, egoísmo, vingança, avareza... Não se pode viver com medos e com culpas..." Interrompo e observo que nessa lista da felicidade não há nada material: um paradoxo? Ele me responde com uma pergunta: "Se você tivesse muito dinheiro, o que faria?" Dou uma pausa e penso como seria minha vida com a fortuna de Slim, mas, antes que eu possa responder, ele volta à carga: "Se fosse casada, deixaria seu marido, seus filhos?" Respondo que não. Ele retoma: "Minha família. Estar bem com aqueles pelos quais tenho apreço. É isso que me faz mais feliz. Não é fazer bem as coisas bem ou ter reconhecimento das outras pessoas, entende?". Perfeitamente, senhor Slim.

“NÃO VOU LEVAR NADA QUANDO MORRER”

Dita por qualquer mortal, essa frase é só um clichê. Na boca do homem mais rico do mundo, não é. Em entrevista exclusiva a Época NEGÓCIOS, carlos Slim diz como lida com a transitoriedade da riqueza, diz o que é importante em seu modelo de gestão e define a felicidade.

Quais os pontos-chave de seu modelo de gestão? Os princípios não são novos. Têm 40 anos e estão resumidos em um decálogo (veja quadro à página 10). A eles, acrescentaria algo fundamental: a equipe, as pessoas. São as pessoas que tornam as coisas possíveis. Pessoas interessadas, motivadas, que vestem a camisa, como dizemos. E que sabem que podem alcançar qualquer desafio proposto. É preciso que exista harmonia no grupo de trabalho, que os êxitos sejam de todos.

Uma vez o senhor disse que o "importante não é a riqueza, mas o que se faz com ela". O que o senhor pretende fazer com sua riqueza nos próximos anos?
Ninguém leva nada deste mundo quando morre. Então, creio que a riqueza deve ser administrada com eficiência, probidade, eficácia e sobriedade para produzir mais riqueza. Um dos frutos da riqueza é a renda, e é preciso fazer com que exista redistribuição. Isso ocorre por via fiscal ou por via de remuneração salarial. E, com um trabalho adicional, podemos avançar naquelas coisas que não são rentáveis. É importante, por exemplo, que a população esteja bem nutrida, tenha boa saúde, boa educação. Essas coisas não são rentáveis, mas são um investimento social. Então, estamos fortalecendo nossas fundações - que, no caso da Carso (conglomerado industrial que deu origem ao Grupo Slim), têm mais de 20 anos. O desafio que tenho há quatro ou cinco anos é tratar de combater a exclusão e a pobreza através de saúde, educação e emprego. Esse é o meu desafio.

Como o senhor divide seu tempo entre as iniciativas de filantropia e o dia-a-dia de suas empresas? Não divido o tempo. Nunca dividi. Quando alguma atividade demanda mais atenção, atendo a essa demanda. Em relação às empresas, aquela em que continuo presente é a Ideal, que tem como objetivo promover o desenvolvimento e o emprego na América Latina por meio do investimento produtivo. Também cuido das fundações.

"ISSO (SER O MAIS RICO), É IRRELEVANTE - NÃO ESTOU NUM JOGO DE FUTEBOL"

A Ideal tem projetos para o Brasil? Claro. Não tenho nenhum plano concreto neste momento, mas sentimos que o Brasil tem uma força extraordinária, um potencial enorme. Creio que há um grande número de empresários notáveis, governos que têm sido consistentes em suas políticas econômicas e criaram um clima adequado para o desenvolvimento empresarial.Qual é a situação do mercado brasileiro nos planos do grupo? É da maior importância. Temos no Brasil investimentos muito importantes em um setor que também é de infra-estrutura: a área de telefonia. Esse mercado cresce muito e vai continuar crescendo. Por outro lado, a Telmex está trabalhando com a melhor tecnologia para oferecer mais serviços e mais concorrência em todas essas áreas.Como recebeu a notícia de ser apontando como o homem mais rico do mundo? Não recebi nenhuma notícia. Mas isso é irrelevante. Não é uma competição. Não estou jogando futebol. Me preocupa mais quanto estamos investindo e o que está acontecendo em nosso trabalho do que uma coisa desse tipo.Mas, com essas notícias, surgiram novamente comentários de que o senhor teria enriquecido a partir de um monopólio da telefonia no México. Veja, todas as empresas do grupo enfrentam forte concorrência. Todas! E temos concorrido em todos os terrenos, como a fabricação de papel, contra grandes empresas como a Kimberly-Clark e a Scott Paper. No caso da Sanborns (principal cadeia mexicana de restaurantes, que também comercializa produtos eletrônicos, livros e medicamentos), temos a concorrência do Wal-Mart, da Starbucks e de outros restaurantes. Na área de cigarros, enfrentamos a British American Tobacco, que vocês conhecem muito bem no Brasil. Com a Telcel, na área de celulares, a concorrência entrou antes. Isso quer dizer que eles tinham o monopólio. A Telmex, nossa empresa na telefonia fixa, teve seis anos de atividade exclusiva, mas apenas em longa distância. A partir de 1996, houve concorrência. Em longa distância, concorremos com as maiores do mundo, como MCI e AT&T. Na telefonia móvel, vieram gigantes como Verizon, Vodafone e Telefónica. Então, estamos competindo há muitos anos. Na telefonia fixa, como somos os únicos que atendem aos mercados C, D e E, temos 100% . Mas nos mercados A e B há grande concorrência, que será ainda maior no futuro.Um documento recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a OCDE, diz que os preços da telefonia no México são excessivos.Nosso preço é a metade daquele praticado na Europa. Em países como Peru, Chile e Argentina, entramos como terceiro ou quarto (colocados no mercado). Essa é a realidade. É algo palpável. Não estou sugerindo que creiam ou não nesses fatos. Mas, cada vez que existe uma forte concorrência de mercado, criticam o líder para tratar de regular (o mercado) assimetricamente, enfraquecê-lo, amarrar uma mão ou um braço. Isso é algo que nunca pedimos nos Mas no México há uma limitação: os estrangeiros não podem entrar com força total na área de telefonia porque são proibidos de controlar empresas do setor. Isso tem sido interessante, porque, apesar de haver essa proibição, eles dão uma volta ilegalmente. Operam com fundos (trust funds). Acreditamos que é uma irregularidade, que isso não deveria existir. Mas, veja, não somos contra a abertura. Não temos nos oposto na mídia.As pessoas observam a evolução de seu patrimônio e a situação de pobreza em seu país e perguntam: como é possível que o homem mais rico do mundo esteja no México? Não é no México, é a partir do México. Você e as pessoas dizem no México, mas é a partir do México.A partir do México, então. Mas qual seria a sua resposta? Bem, fico muito contente que exista uma empresa - oxalá existissem muitas outras - que, a partir do México, um país em desenvolvimento, tenha se tornado uma transnacional, que compete globalmente e com sucesso com os grandes do mundo. E fico contente que os investidores estejam dando grande valor a essa empresa pela forma tão eficaz como ela se desenvolveu. E que, em lugar de estar absorvendo outras empresas, ou se endividando, tenha seguido uma política que favorece os acionistas por meio de recompras e dividendos. Essa empresa, que valia zero há 15 anos, e que agora tem um valor muito importante nos mercados, se chama América Móvil. O fato de que se faça isso a partir do México ou de qualquer lugar não é importante. O importante é que a riqueza esteja sendo criada. Eu não tenho contas bancárias, apartamentos ou casas fora do país. Não vou levar nada quando morrer. Então, o fato de que em nossos países se crie essa riqueza é formidável. No Brasil, há muitas coisas sendo criadas, (grupos locais) estão comprando empresas fora do país. Que bom! É muito importante que o investimento estrangeiro não apenas flua para nossos países. É importante que a globalização seja algo que possamos fazer a partir de nossos países. Que bom que esteja sendo criada riqueza em nossos países. Um exemplo é a Vale do Rio Doce, que está em expansão. É formidável. Espero que siga crescendo. É verdade que o futurólogo Alvin Toffler e o cientista Nicholas Negroponte têm dado assessoria a seus negócios? Eles são bons amigos, gosto muito deles. Costumamos falar do que aconteceu, do futuro, trocamos impressões. Mas eles não são assessores, são amigos.

Falando em futuro, quais são as tendências para a economia? O que deve ficar claro - e é preciso ler, mesmo, Alvin Toffler - é a mudança civilizatória. Vivemos agora numa sociedade em que a tecnologia tem avançado tanto e a produtividade é tão grande que os seres humanos podem viver, em sua grande maioria, dedicados aos serviços. Estamos numa sociedade de serviços que tem paradigmas como a democracia, a liberdade, a pluralidade, a diversidade, os direitos humanos, o cuidado com o meio ambiente. E também a concorrência, a globalização, a produtividade, a criatividade, a inovação e a intensa mobilidade social. Mas a maravilha maior dessa nova civilização é que ela se desenvolve e se sustenta com o bem-estar dos demais. A ninguém mais convém explorar outra pessoa, a pobreza. O que convém é ter gente preparada, qualificada, que tenha tempo, que tenha capacidade de compra, que tenha um bom salário. É isso que sustenta o desenvolvimento agora.

"MINHA FAMÍLIA, OS AMIGOS, A NATUREZA. ISSO É O QUE ME FAZ FELIZ" 

Como esses aspectos serão explorados por suas empresas? Há possibilidades de se desenvolver nesses novos campos de serviços. O entretenimento é muito importante. As pessoas têm muito tempo livre. Mais esportes, mais cultura, educação de mais alto nível. Há uma gama enorme de campos novos com enorme potencial de desenvolvimento.

Qual o pior erro que um empresário pode cometer? Podem ser muitos... Não ter as melhores referências mundiais, não reinvestir, não estar com equipamento de ponta, estar atrasado em sua capacidade produtiva e não oferecer qualidade de serviço ao cliente, não desenvolver seu capital humano. E há grandes erros, como querer fazer tudo às pressas, quando as coisas têm seus tempos. É preciso entender os tempos: ter uma visão de longo prazo ainda que se tenha de atuar no curto.

O que faz o senhor feliz? O que me faz feliz? Minha família, meu amigos. Conversar com amigos ou com gente de quem se pode aprender algo. A natureza me faz feliz. São muitas coisas.

O senhor é feliz? Creio que sim. Mas creio que a felicidade não é um estado, é um caminho. Não é estar feliz. É um caminho, em que há obstáculos, problemas. Mas o caminho da felicidade existe quando você tem claros seus valores principais e quando você é coerente com eles e consigo mesmo.

ALMAS QUE NÃO SÃO GÊMEAS

o novo líder dos bilionários e seu antecessor são muito diferentes, do gosto às origens


Carlos Slim Helú

William Gates III
Origem
Filho de comerciante libanês e mãe mexicana

Filho de advogado e diretora de banco
Local de nascimento
Cidade do México, México

Seattle, Estados Unidos
Idade
67 anos

51 anos
Formação
Engenheiro civil pela Universidade Autônoma do México

Abandonou o curso de direito na Universidade Harvard
Estado civil
Viúvo

Casado
Herdeiros

Seis filhos

Três filhos
Como se tornou um dos mais ricos do mundo
Ao liderar o consórcio que comprou a Telmex, estatal de telefonia mexicana, em 1990

Com a popularização do Windows, criado pela Microsoft, no início dos anos 90
Mérito empresarial
Transformou empresas decadentes e investiu na telefonia fixa e celular

Apostou no software num período em que o hardware era considerado mais valioso
Estilo
É o maior colecionador privado de esculturas de Rodin

É considerado o maior filantropo do mundo, com mais de US$ 40 bilhões em doações
Lazer
Freqüentar bons restaurantes. Uma vez por semana, reúne os seis filhos e nove netos para jantar

Ler livros de negócios, jogar golfe e bridge

PERFIL DO IMPÉRIO

Como se divide o maior conglomerado empresarial da América Latina

*                         América Móvil
A maior empresa de telefonia celular da América Latina, com 125 milhões de assinantes. Seu faturamento em 2006 foi de US$ 21 bilhões e vale US$ 108 bilhões. Neste ano, o valor das ações da empresa cresceu 36,2%

*                         Teléfonos de México
Detém 91% do mercado de telefonia fixa e domina as chamadas de longa distância e os serviços de internet. O faturamento no ano passado foi de US$ 16 bilhões. O valor de mercado, US$ 37,5 bilhões

*                         Grupo Carso
Conglomerado com atuação no varejo, shopping centers, rodovias, cigarros, construção, mineração e autopeças. No ano passado, faturou US$ 8,5 bilhões e vale US$ 9 bilhões na bolsa

*                         Grupo Financeiro Inbursa
Inclui serviços bancários, seguros e aposentadorias. Em 2006 seu faturamento foi de US$ 516 milhões.O valor de mercado é de US$ 7,1 bilhões

*                         Ideal
É a menina-dos-olhos de Slim. Faz obras na América Latina. Fatura US$ 206 milhões, vale US$ 4,5 bilhões

O DECÁLOGO DE SLIM
As regras de ouro do bilionário

A fórmula de sucesso de Carlos Slim é resumida por ele mesmo em uma lista contendo dez princípios básicos de seu modelo de gestão. O decálogo foi apresentado pela primeira vez a empresários e sócios na badalada festa de 40 anos do Grupo Inbursa, em dezembro de 2005. Slim diz que sua filosofia empresarial é, em grande parte, fruto da influência de seu pai, o comerciante libanês Julián Slim Haddad. O princípio número 10, porém, reflete, segundo ele, sua experiência corporativa: "O empresário é um criador de riqueza, que a administra temporariamente".

1.       Prefira estruturas simples, organizações com níveis hierárquicos mínimos, flexibilidade e rapidez na tomada de decisões. As vantagens da pequena empresa é que fazem grandes as maiores empresas.

2.       Manter a austeridade em tempos de vacas gordas fortalece, capitaliza e acelera o desenvolvimento da empresa. Desse modo, evitam-se ajustes drásticos nas épocas de crise.

3.       Permaneça sempre ativo na modernização, simplificação e melhoria incansável dos processos produtivos. Procure aumentar a produtividade e a competitividade, reduzir os gastos e os custos, guiando-se pelas mais altas referências mundiais.

4.       A empresa nunca deve limitar-se aos parâmetros do proprietário ou do administrador. Sentimo-nos grandes em nossos curraizinhos.

5.       Não há objetivo que não possamos alcançar trabalhando unidos, com clareza de objetivos e conhecendo as ferramentas disponíveis.

6.       O dinheiro que sai da empresa evapora. Por isso, reinvestimos os ganhos.

7.       A criatividade é aplicável não só aos negócios, mas também à solução de muitos dos problemas de nossos países.

8.       O otimismo firme e paciente sempre rende frutos.

9.       Todos os tempos são bons para os que sabem trabalhar e têm como fazê-lo.

10.    Nossa premissa é que daqui nada se leva. O empresário é um criador de riqueza, que a administra temporariamente.

UM PÉ NO BRASIL
Quais são e como estão as empresas de Slim por aqui
Por Eduardo Vieira

Conheca o 3o. homem mais rico do planeta:



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                                            Warren Buffet - Globo - Programa Fantástico

Ele pode não encabeçar mais a lista dos homens mais ricos do mundo, após ter perdido alguns milhões com a crise financeira. Mas isso não quer dizer que o bilionário norte-americano Warren Buffett não seja um exemplo típico de sucesso a ser seguido. Sua biografia “Bola de Neve”, escrita por Alice Schroeder, virou leitura obrigatória entre o pessoal do mercado financeiro. O curioso é que Buffett usa uma filosofia de vida para cada parte de sua vida.

Segundo o livro, o segredo do sucesso de Buffett poderia ser resumido nos seguinte conselhos: invista seu dinheiro em boas empresas que são bem gerenciadas. Reinvista os lucros em outras boas empresas. Nunca pegue dinheiro emprestado. Faça tudo isso e seu dinheiro ganhará em valor.

Buffet é um homem de hábitos. Ele ainda mora na mesma casa que comprou em 1958, em Omaha, no estado de Nebraska. Todos os dias, exatamente às 8h30, senta-se na escrivaninha que pertenceu a seu pai, Howard, para começar o dia. No trabalho, passa o dia negociando e lendo tudo o que acontece no mercado financeiro, incluindo boletins diários do desempenho de suas empresas. Ele volta para casa sempre às 17h30.

“Eu gosto de comer sempre a mesma coisa. Poderia comer sanduíche de presunto por 50 dias seguidos”, diz ele no livro. Pois bem, ele come sua comida em seqüência, um item por vez, e não gosta que os elementos se misturem no prato. Suas comidas favoritas são sorvete de chocolate com pedaços, pipoca, hambúrguer e Cherry Coke.

Buffett, aliás, mantém uma filosofia para cada setor de sua vida, indo de derivativos financeiros até amor, círculo de competência e dieta.


Sucesso
Mesmo para um multibilionário como Buffett, vale dizer que nem tudo se resume a dinheiro. Ao contrário. “Basicamente, quando você chega à minha idade, você acaba medindo seu sucesso pela quantidade de pessoas que você quer que o amem – e que realmente o amam. Se chegar à minha idade e ninguém pensar bem a seu respeito, não importando o tamanho da sua conta bancária, sua vida é um desastre.”


Derivativos financeiros
“Derivativos são como sexo”, ele disse em 1998. “O problema não é com quem você está dormindo, é com quem eles estão dormindo”. Em 2002, ele conseguiu prever que os derivativos destruiriam o sistema financeiro. Até agora, a maior parte das previsões de Buffett tem sido certeira, o que lhe valeu o apelido de Oráculo de Omaha.


“Círculo de Competência”
Warren Buffett acredita em operar dentro de suas próprias limitações no que ele chama de círculo de competência. Ele criou uma linha imaginária e se mantém atualizado e ativo nas áreas que conhece bem. Ele nunca comprou ações de tecnologia, por exemplo, mesmo sendo um dos maiores amigos de Bill Gates. Ele já disse que simplesmente não entende desse negócio.


Pensamento positivo
Mesmo os maiores conquistadores às vezes precisam voltar alguns passos para colocar as coisas no lugar. Sua mensagem para outros que, como ele, já passaram por isso: não permita que seus momentos menos gloriosos ganhem uma proporção maior do que deveriam. "Se você tem que ir do primeiro andar para o 100° de um edifício e aí tem que voltar para o 98° andar, você vai se sentir pior do que se tivesse ido do primeiro para o segundo andar. Mas você tem que combater essa sensação, lembrando que você ainda está no 98° andar”.


Carreira
Encontre alguma coisa pela qual você tenha um sentimento muito forte. Apenas trabalhe com pessoas que você gosta. Se você tem que trabalhar toda manhã com seu estômago revirando é porque você está no negócio errado.


Dieta
Como seria de se esperar, Waren Buffett faz uma espécie de dieta por números. Muitas vezes ele limita sua alimentação a mil calorias ao dia, mas ele cuida desse total como quem cuida de um orçamento. A ideia central é sua estratégia de afastar a dor da dieta com jejum. “Eu acredito que posso comer um milhão de calorias ao ano e manter meu peso. Então eu posso gastar essas calorias como quiser”. Quando seus filhos eram pequenos, ele assinava um cheque de US$ 10 mil pagável numa certa data se nesse dia ele pesasse mais do que o combinado. Para infelicidade deles, nunca viram a cor desse dinheiro. Ele preferia perder peso a perder dinheiro.


Ideias
Momentos mágicos nos quais tudo fica claro não são o único caminho para mudar tudo na vida e ficar rico. Às vezes, diz Buffett, é possível se dar melhor na vida com uma ideia menos impressionante. "Você pode se dar mais mal com uma boa ideia do que com uma má ideia, ensinou o mentor do bilionário, Bem Graham, “porque você se esquece de que a boa idéia tem limites”.


Cuide de você mesmo
Buffett afirma que nunca fumou e não gosta de álcool. Aos 78 anos, ele é bastante saudável. Em um de seus discursos para graduandos, ele fala como seria se um gênio aparecesse para você aos 16 anos e lhe oferecesse um carro da sua escolha. Só tem uma pegadinha: esse é o único carro que você terá na vida. “Eu leria o manual do carro cinco vezes. E o manteria sempre na garagem. E, se por acaso ele riscasse só um pouquinho, o consertaria na hora antes que começasse a enferrujar. Cuidaria daquele carro para fazer com que durasse a minha vida inteira. É exatamente nessa posição que vocês estão no que diz respeito à sua mente e ao seu corpo”.


O “cartão de pontos interno”
Segundo Buffett, há dois tipos de pessoas na vida: aquelas que se preocupam com o que os outros pensam delas e aquelas que se preocupam em ser realmente boas. Qual delas você é? “A grande pergunta sobre o comportamento das pessoas é se elas mantêm um ‘cartão de pontos interno’ ou um ‘cartão de pontos externo’. Ajuda se você se satisfizer com o cartão interno. Eu sempre olho para isto da seguinte maneira. Você gostaria de ser o maior amante do mundo, mas que todo mundo pensasse que você é o pior? Ou será que você preferiria ser o pior amante do mundo, mas que todo mundo pensasse que é o melhor? Essa, sim, é uma pergunta interessante.”


Lidar com suas deficiências
O bilionário foi muito influenciado pelo livro “Como Ganhar Amigos e Influenciar Pessoas”, de Dale Carnegie, publicado inicialmente nos anos 1930. O livro faz uma lista de 30 regras de comportamento. A primeira: “Não critique, condene ou reclame”. Essa ideia funcionou bem com Buffett, que sempre detestou críticas. Ele chegou a participar de um dos cursos de Carnegie sobre como falar em público. “Não dá para imaginar como eu ficava toda vez que precisava falar em público. Eu ficava tão apavorado que não conseguia, simplesmente começava a vomitar”. O curso foi um sucesso e desde então Buffett faz palestras, discursos e já foi elogiado por sua oratória.


Cultura
Não é um dos pontos fortes da vida de Warren Buffett. Ele disse que nunca se interessou por cultura porque interfere com seu foco nos negócios. Por mais de 30 anos, ele nunca notou o Picasso pendurado em um banheiro na casa de seu melhor amigo, Kay Graham, ex-publisher do jornal “The Washington Post”, até que ele mesmo lhe mostrou.


Amor
Sempre há coisas que o dinheiro não compra. “O problema com amor é que você não pode comprá-lo. Você pode comprar sexo. Você pode comprar jantares em sua homenagem. Você pode comprar panfletos que dizem que você é maravilhoso. Mas a única maneira de conseguir amor é ser amado. É muito irritante se você tem muito dinheiro. Você gostaria de pensar que bastaria assinar um cheque”.


Política
Embora seu pai tenha sido um membro republicano do Congresso, Buffett é um democrata de longa data. Ele apoiou Barack Obama durante sua candidatura. Ele critica o que considera um sistema errado de impostos toda vez que paga menos tributos do que sua secretária.


“Memória de banheira”
Buffett não permite que problemas do passado atrapalhem sua vida. Na verdade, ele disse que sua memória funciona como uma banheira. A banheira está cheia de idéias, experiências e questões que interessam a ele. Quando uma informação não serve mais, pronto: ele puxa o tampão e ela vai embora pelo ralo. Pensamentos negativos ou que o fazem ficar triste são os primeiros a ir pelo ralo, juntamente com tudo o mais que possa distraí-lo de seu objetivo.


Regras para investir
Regra No 1: não perca dinheiro. Regra No 2: não se esqueça da Regra No 1. Regra No 3: não incorra em débito. (Fonte: Época Negócios)

• Presidente do conselho de administração
da Berkshire Hathaway

• Nascido em Omaha, Nebraska (EUA),
em 30 de agosto de 1930
• Graduado em Economia pela Universidade
de Colúmbia, em Nova York
• Fortuna de 58 bilhões de dólares (segundo a revista Forbes, em outubro de 2008)
• Casado com Astrid Menks desde 2006; pai de Susie Buffett, Howard Buffett e Peter Buffett

Filho de um operador do mercado financeiro do Nebraska, Warren Buffett teve contato com essa atividade desde cedo. Também mostrou aptidão para os negócios quando ainda era muito jovem. Aos 15 anos, em sociedade com um amigo, ele comprou uma máquina de fliperama por apenas 25 dólares e instalou o aparelho numa barbearia. Com o lucro, comprou outras máquinas e instalou os fliperamas em outras partes de Omaha. Aos 20 anos, se inscreveu para uma vaga na escola de administração da Universidade de Harvard. O pedido foi rejeitado. Ele decidiu ir para Colúmbia, motivado pela presença de um famoso analista de mercado, Benjamin Graham, como professor.

Ainda na universidade, Buffett se interessou por setores como o de seguros e tentou aprender o máximo possível sobre as áreas que poderiam render boas oportunidades futuras. Já formado, pensou em trabalhar em Wall Street, mas acabou sendo desencorajado pelo pai. Até comprou um posto de gasolina (negócio que não deu certo) e deu aulas na Universidade de Nebraska antes de conseguir um emprego na empresa de Benjamin Graham. Quando Graham se aposentou, Buffett, então com 26 anos, abriu sua própria companhia de investimentos. O patrimônio de Buffett era de cerca de 140.000 dólares.
À frente de sua nova empresa e sócio de vários fundos, contou com sua excepcional habilidade ao lidar com ações para fazer fortuna. Expandiu seus negócios, identificou boas oportunidades e fugiu das apostas arriscadas demais. Tornou-se milionário aos 32 anos, a mesma idade com que descobriu a Berkshire Hathaway, fábrica têxtil. A companhia foi adquirida por Buffett três anos depois, em 1965. À frente dela, o investidor deu cartadas espetaculares, nadando contra a maré e comprando partes de empresas que possuem um valor intrínseco e que estejam depreciadas por fatores exógenos ou conjunturais. Foi essa estratégia que levou a Berkshire Hathaway a tornar-se sócia de alguns dos principais ícones da indústria americana, como a Coca-Cola e a Gillette. Buffett gosta é de negociar ações da economia real. Tecnologia não é com ele (tanto que não perdeu nada no estouro da bolha das empresas de internet, em 2000.


Buffett construiu sua vasta fortuna "comprando príncipes pelo preço de sapos", como ele mesmo gosta de dizer. Tirando proveito das pechinchas oferecidas em períodos de grande instabilidade financeira, ficou bilionário, multiplicou o dinheiro de seus acionistas e contribuiu para revigorar o capitalismo americano, ao longo de mais de cinco décadas no mercado. Valer-se do momento de pânico e de incongruências do mercado está na raiz de sua filosofia de investimentos. Ao fugir das ações da "nova economia" (as empresas da web eram algo novo demais e arriscado demais, na avaliação dele), chegou a ser ridicularizado por ser "ultrapassado". Acabou rindo por último.

Buffett tem um cardápio pequeno e conservador de ações. Conservador até a raiz dos cabelos, Buffett só investe em grandes empresas, em negócios que conhece bem. Risco não é com ele. Foi assim quando começou. Leu, conversou e investigou tanto que acabou descobrindo uma companhia melhor do que as outras. Aplicando o dinheiro de outros investidores, multiplicou o seu próprio patrimônio. Frasista de primeira, Buffett é adorado por analistas de mercado, que repetem as opiniões dele como se fossem provérbios.

Desde que a crise financeira se aprofundou, os investidores ao redor do mundo venderam seus ativos para recolher-se à segurança dos títulos dos EUA. Enquanto isso, Buffett fez o caminho inverso: ele despejou 20 bilhões de dólares na compra de participação em grandes companhias do país. Apesar da crise do mercado, Buffett viu sua fortuna crescer: 8 bilhões de dólares a mais.


O "oráculo de Omaha" está sentado sobre uma montanha de dólares, mas é famoso por manter hábitos extremamente simples. Mora na mesma casa que comprou em 1958, por 31.500 dólares (ela hoje vale 700.000) e costuma comer em um restaurante barato de Omaha. Segundo algumas pessoas próximas, não costuma usar celular e gosta de dirigir o seu próprio carro. O principal destino de seus bilhões vem sendo a filantropia. Buffett prometeu deixar uma parte pequena de seu patrimônio atual para os filhos.


Buffett é o autor da maior doação filantrópica de todos os tempos: foram 10 milhões de ações da Berkshire Hathaway entregues à fundação Bill & Melinda Gates. Quando a doação foi feita (2006) os papéis valiam 30 bilhões de dólares. Ele ainda pretende doar quase 7 bilhões de dólares a uma fundação criada com o nome de sua ex-mulher, Susan, morta em 2004. Ele próprio deu nome a uma fundação que deverá receber a maior parte de sua fortuna quando o megainvestidor morrer.


Reunindo, anualmente, seus acionistas e muitos seguidores em Omaha, numa reunião em que ele dá conselhos sobre administração financeira e explica suas estratégias de negócios. Buffett já apelidou o encontro de "Woodstock Capitalista". Em 1987, 500 pessoas foram ouvi-lo falar. Dez anos depois, a platéia passava de 15.000. Seus admiradores aproveitam a visita à cidade natal do magnata para conhecer o restaurante onde ele costuma almoçar, chamado Gorat's.


Buffett é amigo de longa data de Gates. Costuma convidar o fundador da Microsoft para os longos jogos de cartas que organiza em Omaha. Buffett aceitou integrar o conselho diretor da fundação filantrópica de Gates e trabalha com ele na área. Em 1994, providenciou arranjos para o noivado dos Gates. Mas Buffett detesta computadores e já avisou ao mundo que não investirá um tostão nas empresas de tecnologia - como a Microsoft.

"Invista em um negócio que até um
idiota saiba tocar, porque algum dia um idiota vai tocá-lo."

"Wall Street é o único lugar para
onde se vai de Rolls-Royce pedir conselhos a pessoas que andam de metrô."

"Com a quantidade adequada de informações privilegiadas e 1 milhão de dólares pode-se ir à falência em um ano."

"Não acho justo alguém nascer dono
de milhões de dólares apenas pelo fato
de ter saído da barriga certa.”

"O Brasil estava fora do meu radar. Mas
o mundo muda e o Brasil mudou."



Fonte: VEJA









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