My Way - Mars - Gun's... Canções que tocam a minha ALMA (seleção csl)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cara Pintada - Quer conhecer um homem? Coloque-o no Poder.

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                            (csl) Deixo claro, que não tenho opinião formada sobre esta pessoa, mas acho interessante apresentar esta situação, para reflexão apenas.

                                   Conheço uma frase, diz mais ou menos assim: "Quer/Deseja conhecer um homem coloque-o no Poder", não não, não conheço o Ilustríssimo Senador Lindberg Farias, ex-prefeito de uma cidade no Estado do Rio de Janeiro.

                                    Verdade que tudo é um ciclo, será que a trajetória de Lindberg teria alcançado a altura que alcançou senão pela história, ou seja, pelo Impeachment de Collor? Não não sei.

                                    Mas hoje, atualizando-me com as notícías me deparei com a seguinte matéria jornalística: (csl)


Justiça do Rio bloqueia bens do senador Lindbergh Farias
25 de outubro de 2011 14h29
A Justiça do Rio de Janeiro, através da 1ª Vara Cível de Nova Iguaçu, tornou indisponíveis todos os bens móveis e imóveis do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e de mais oito pessoas e três empresas que respondem ação civil de improbidade administrativa por supostas fraudes em licitações. A decisão foi proferida no último dia 27 de julho e se refere a fatos relativos ao período em que Lindbergh era prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O pedido, feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, foi deferido em caráter liminar, e o mérito da solicitação ainda será analisado. A juíza Maria Aparecida Silveira de Abreu negou o bloqueio em relação a outros dois réus do processo, o município de Nova Iguaçu e a Companha de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni).

De acordo com a assessoria de imprensa do senador, os advogados já recorreram da decisão. A assessoria diz que o senador só é réu na ação porque, como prefeito, assinou os documentos, mas não participou do processo de licitação. Ainda conforme a assessoria, o Tribunal de Contas do Estado do Rio aprovou o processo sem questionamentos.

De acordo com a decisão da juíza, a ação civil foi instaurada porque "foi verificado fracionamento das licitações para obras de saneamento em diversas localidades de Nova Iguaçu, mediante a modalidade licitatória da tomada de preços, que reduz a competitividade do certame, pela menor publicidade".

A juíza diz ainda que há "fortes indícios de violação de diversas normas de regência do procedimento licitatório" e "favorecimento a uma empresa supostamente de fachada".

No pedido, o Ministério Público solicita também a condenação dos réus com base na Lei de Improbidade Administrativa, ressarcimento de danos ao erário e declaração de nulidade de todos os contratos celebrados pelo município com as empresas suspeitas. Não há previsão para análise do mérito do pedido.



(csl) Um amigo meu Advogado Criminal, disse-me uma vez: " Muda-se os personagens, a história é sempre a mesma ". (csl)

(csl) Então resolvi refrescar a minha memória, senão vejamos: (csl)


30/04/2008 - 18h36

Saiba mais sobre os caras-pintadas

WANDERLEY PREITE SOBRINHO
colaboração para a Folha Online


Caras-pintadas foi o nome dado aos jovens e estudantes que, em agosto e setembro de 1992, pintaram o rosto de verde e amarelo e organizaram passeatas pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. O primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1961 --quando Jânio Quadros saiu vencedor das urnas-- foi acusado pelo próprio irmão, Pedro Collor de Melo, de cumplicidade com seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, acusado de cometer crimes como enriquecimento ilícito, evasão de divisas e tráfico de influência.

As denúncias, que se intensificaram por todo o mês de maio, culminaram com a formação do Movimento pela Ética na Política, composto por 18 entidades civis, como centrais sindicais, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).



Estudantes saíram às ruas em 1992 para pedir
o impeachment de Fernando Collor
No dia 29 de maio daquele ano, o movimento organizou um fórum pelo afastamento de Collor que contou com a participação de mais entidades, como partidos políticos e a UNE (União Nacional dos Estudantes).
A pressão da sociedade obrigou a instalação de uma CPI no dia 1º de junho de 1992, cujo início foi marcado pelo depoimento de Pedro Collor --no dia 4 daquele mês.

Com o avanço das investigações e com as declarações favoráveis ao afastamento do presidente --como as do então presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva-- sendo amplamente cobertas pela mídia, parcela de jovens da classe média se mobilizou.

A juventude começou a tomar as ruas em agosto. A primeira manifestação aconteceu no dia 11, em uma passeata marcada em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) que reuniu cerca de 10 mil pessoas.
"A gente saiu do museu, pegou a avenida Paulista, desceu a avenida Brigadeiro Luiz Antônio e terminou em frente à faculdade de direito da USP (Universidade de São Paulo), no Largo São Francisco", diz o prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT-RJ), que na época era o presidente da UNE.

Tanto aquela como as demais passeatas foram marcadas pela irreverência, diversidade política e apartidarismo. "Os estudantes faziam questão de rechaçar a participação de partidos políticos", afirma a historiadora Maria Aparecida de Aquino, professora da USP. "Era um sinal claro de que os partidos não davam conta das reivindicações."


Cecília Lotufo, ex-musa dos cara-pintadas, hoje
aos 33 anos: "conquista de todo nós"
No dia 14, Collor foi à televisão para convocar a população a vestir verde e amarelo e a sair pelas ruas no domingo, 16, em resposta aos que o atacavam. Mas aquele dia ficou conhecido como "domingo negro" --os jovens saíram às ruas vestindo roupas negras e pintando o rosto da mesma cor em sinal de luto contra a corrupção.

Em Salvador (BA), cerca de 20 mil estudantes também se vestiram de negro e pintaram o rosto de verde e amarelo. Mas as manifestações se avolumaram a partir do dia 25 de agosto, quando o Movimento pela Ética na Política pediu por mais manifestações públicas.

Naquela mesma manhã, 400 mil estudantes com os rostos pintados voltaram ao Masp, mas dessa vez seguiram para o Vale do Anhangabaú. "As passeatas começavam entre 11h e meio-dia. Os estudantes que ainda estavam em aula, pulavam os muros para acompanhar a passeata", afirma Lindberg.
Em Salvador, 80 mil pessoas participaram de uma passeata gritando "fora Collor", enquanto outras 100 mil faziam o mesmo em Recife. No dia seguinte, em Brasília, 60 mil pessoas aguardavam a aprovação do relatório da CPI feito pelo senador Amir Lando (PMDB-RO), que recomendava a abertura de impeachment.

O relatório foi aprovado por 16 votos a cinco. O passo seguinte foi a formulação do pedido de impeachment, que foi entregue na Câmara no dia 1º de setembro.


O ex-presidente Fernando Collor está de volta,
 agora como senador por Alagoas
Era mais um motivo para que os caras-pintadas continuassem pelas ruas do país. A principal manifestação foi novamente em São Paulo, agora no dia 18 de setembro. Cerca de 750 mil pessoas ficaram até as 21 horas no Vale do Anhangabaú.

Finalmente, no dia 29, a Câmara dos deputados vota a abertura do impeachment. Em transmissão ao vivo, 448 deputados votaram a favor, 38 contra, 23 não foram à sessão e um se absteve. "Eu estava no Anhangabaú pra assistir a votação no telão", lembra a musa dos caras-pitadas, Cecília Lotufo. "A cada voto, era um abraço com desconhecidos. No final começou um temporal, mas ninguém ligou para a chuva: era uma conquista de todo nós."

Com o processo de impeachment aberto no Senado no dia 2 de outubro, Collor deixou a presidência interinamente. Mas no dia 29 de dezembro de 1992 ele renunciou abrindo espaço para seu vice, Itamar Franco. Apesar da renúncia, o Senado prosseguiu com o processo, que lhe tirou o cargo e o deixou inelegível por oito anos.

Aquela passeata foi comparada pela imprensa ao movimento estudantil de 1968. "A Rede Globo estava passando a minissérie 'Anos Rebeldes', do Gilberto Braga, que falava sobre o papel dos estudantes contra a ditadura", lembra Lindberg. "Em nossa primeira passeata, a gente colou um cartaz que dizia 'Anos Rebeldes, Próximo Capítulo'."

Para a historiadora, os momentos eram muito distintos. "Na década de 1960, os protestos eram pela mudança do regime político do país. Já os caras-pintadas só queriam a queda do presidente", diz. "É um movimento que se extinguiu em si mesmo depois de atingir seu objetivo."





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