O título original é PECADO, o meu título é A pureza por detrás do Pecado.
Após postar dois textos desta blogger, eu no mínimo poderia fazer o seguinte comentário:
"Hoc Salsum esse putas?" (Latim)
ou seja, "Consideras isso espirituoso?"
Sim, eu csl considero, ah! se considero, muito espirituoso.
Ela passeava pelas ruas sujas, e a cada vez que passava frente a uma igreja, fazia o sinal da cruz. Essa intimidade com que é sacro dava-lhe um pouco mais de esperança.
Toda manhã era igual... Acordava já com olheiras, sempre doía ao por os pés no chão, e toda vez, ao dar o primeiro passo, suspirava. Caminhava até o banheiro...limpíssimo, cheirava bem... lhe trazia tranqüilidade, mas ao olhar no espelho nunca compreendia o que via.
Ligava o chuveiro como se fosse uma dama, mas com muito pesar deixava a água fria escorrer-lhe e, instintivamente, podia quase sentir suas manchas indo todas levadas com o sabão pelo ralo.
Enrolada numa toalha branca, quase rastejava até a penteadeira. Os cabelos molhados dava a ela impressão de pureza... lisos, na altura do ombro, negros quase azuis, era o que tinha de mais belo. Não combinavam absolutamente nada com sua pele ou com seus olhos, ela definitivamente, não era bonita. Tinha seu charme, a leveza de seu andar e o sorriso acolhedor eram seus verdadeiros atrativos.
Penteava-se, punha sempre e somente pela manhã uma roupa leve, discreta e que escondia qualquer possibilidade de sua sensualidade. Saía pelas ruas sem dizer bom dia a nenhum vizinho, com a cabeça baixa, como que envergonhada. Entrava nas lojas e farmácias para comprar o de sempre, os vendedores já a conheciam, porém não tinham idéia de qual era seu nome.
Ao voltar para casa, já passava da hora do almoço, suas colegas de casa já haviam almoçado. Fez um lanche, levou para seu quarto e não conversou com ninguém.
Antes de comer, ajoelhou-se e rezou. Sua primeira frase foi um pedido de perdão já coberto de lágrimas, rezou ... e rezou mais um pouco, agradeceu pela comida, levantou-se e comeu.
Após comer, pegou um velho livro e folheou como quem procurasse um consolo, ou que pelo menos a fizesse esquecer um pouco. Achou no meio do livro um conto, era o que ela procurava. Tratava-se de uma mulher que não queria muito, um pouco só de felicidade lhe bastava, uma felicidade passageira, mas que a fazia sentir viva, útil e mulher*.
Sem perceber, já estava quase anoitecendo. Uma angústia enorme tomou conta de seu peito, mas buscou forças, levantou-se, foi se trocar. Abriu seu roupeiro, tirou de lá uma calça de couro feita sob medida para ficar bem justa... uma blusa curta e decotada, as sandálias eram o toque especial: salto bem alto, solado grosso, tema de pele de onça. Estava pronta.
Algum tempo depois gritaram seu nome. Ela passou um batom vermelho, olhou-se novamente no enorme espelho atrás da cama, suspirou e... desceu.
Ao chegar ao final da escada já havia alguém esperando. Era o mesmo de duas semanas atrás.
Entraram no quarto, ele foi logo avisando que queria algo novo, talvez uma dança. Ela prontamente colocou uma música e se pos a dançar. Hoje ele não queria meia hora, poderia ficar a noite toda... ela engolia a seco, dançando e tirando a roupa....
Ele olhava deliciosamente para sua musa, e há muito já sentia a reação de seu corpo.
_ Deite-se.
Ela obedeceu.
_ Vire-se
Ela virou.
Ele pousou sobre ela e beijou-lhe todo o corpo, desde a nuca até os pés. Bruscamente, colocou a moça de frente, olhou em seus olhos e percebeu sua excitação. Beijou seu pescoço, seus ombros, seus seios, lambeu sua barriga e parou diante de seu sexo. Ficou olhando durante um tempo, depois passou o dedo e provou, como quem prova a massa de um bolo... nesse momento ela gemeu.
Não resistindo nem mais um minuto e ele já estava em cima dela, num movimento frenético de entra e sai e, neste movimento, um pingente de crucifixo de sua corrente batia contra o rosto dela. Ela percebeu e assustou-se com o que ela achava que era um sinal... era Deus querendo dizer alguma coisa. Mas tudo a estava excitando mais...e mais...e mais...até que não agüentaram e ambos gozaram.
Numa explosão de gemidos e balanços, o crucifixo entrou na boca dela e ela. Ela chorou.
Ao final de tudo, ele já vestindo suas roupas, ele pergunta:
_ Quanto devo?
_ Duzentos reais.
_ Estão na cabeceira.
_ Obrigado ... só uma pergunta: Porque voltou?
_ Porque você é a única puta que conheço que goza de verdade e com gosto... Acho que gosta do que faz!
Logo pela manhã, ela se arrumou como todos os dias, saiu apressada pelas ruas. Entra numa igreja e vai direto ao confessionário.
_ Padre... perdoe-me, pois pequei!
Fonte: http://eitavidinha-maisoumenos.blogspot.com/search?updated-min=2008-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2009-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=13
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