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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Existe algo tão sofisticado quanto a marca Montblanc? Sim, existe mas... Montblanc é muito bom. Veja sua origem...




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Chalet Chamonix-Montblanc
http://www.cybevasion.com/hotels/france/hotel_chalet---hotel--l-hermitage_chamonix-mont-blanc_5261.html

Mont Blanc - História da Escalada

por José Luiz Pauletto
Aqueles que imaginam que a Europa é uma terra de quadros, estátuas e antigas armaduras empilhadas em museus, com hotéis chiques e restaurantes caros em cidades conhecidas, vão ter a oportunidade de revisar esse mito nas próximas páginas. Esta que apresentamos é uma Europa diferente. Uma Europa intempestiva, fria e desafiante que começa logo na fronteira da Europa civilizada, organizada e culta.

No coração dos Alpes, entre a França e a Itália, quando o lento sol de primavera se põe o pico do Mont Blanc é o último a se apagar. Parte do maciço do mesmo nome - uma cadeia de montanhas que se estende praticamente da costa do Mediterrâneo francês até a Suíça e funciona como portal de entrada para quem vem do sul e do leste para a Europa Central - o Mont Blanc, com 4.807 metros de altura, é a montanha mais alta da Europa Ocidental e serve de refúgio para animais selvagens, neves eternas, glaciares e uma população que mantém suas tradições praticamente inalteradas há séculos.

Embora tenha sido uma passagem utilizada pelos romanos em suas conquistas e seja habitado desde tempos pré-romanos, o Mont Blanc demorou a perder sua aura ameaçadora. Os antigos moradores dos seus vales aprenderam a conviver com sua neve e suas agruras, mas jamais ousaram desafiá-lo. Foi apenas no século 18, quando o naturalista suíço Horace-Bénédict Saussure chegou aos pés da montanha para coletar plantas e ficou fascinado com sua magnitude, que nasceu a idéia de conquistar e estudar o monte. Saussure não conseguiu desviar o olhar das alturas e, obcecado, relegou sua coleta botânica a um segundo plano, chegando a estabelecer uma recompensa para quem achasse uma via rumo ao topo do Mont Blanc.

Os únicos que se atreviam a escalar a montanha naquela época eram os caçadores e os cristalliers, camponeses que subiam em busca de cristais de quartzo para comercializar. Visto como um local perigoso, habitado por diabos e outros gênios do mal, os cristalliers, desciam do Mont Blanc e se abrigavam nas suas aldeias antes do pôr-do-sol. As mulheres faziam o sinal-da-cruz quando o nome da maligna montanha era pronunciado e todos tinham a arraigada crença de que seria impossível sobreviver nela por uma noite. Quem suportasse o frio, seria morto fatalmente pelos demônios. Foi num dia de junho de 1786 que o acaso fez com que essas convicções começassem a mudar.

Um cristallier chamado Jacques Balmat separou-se dos seus companheiros e distanciou-se, sem perceber, da trilha que seguia, perdendo-se. A noite o alcançou e ele não teve outro remédio a não ser esperar que o dia clareasse na montanha, dormindo a 4 mil metros de altitude. Gelado até os ossos, porém vivo, retornou no dia seguinte a Chamonix, sua aldeia no sopé do Mont Blanc. Intacto, virou motivo de desconfiança e admiração por parte dos moradores. Sobrevivera a uma noite na montanha? Numa época de crendices em que histórias de monstros eram contadas à luz de lamparina, poucos acreditaram em Balmat.

Mas a partir desse acidente, o caminho para a ascensão do monte estava aberto. Outro habitante de Chamonix, o doutor Paccard, ouviu atentamente o relato do cristallier, e decidiu arriscar, com sua ajuda, a subida ao cume, até então inviolado. No dia 8 de agosto daquele ano, eles completariam a façanha. Balmat repetiria o percurso algum tempo depois com Saussure, seguido de cerca de vinte guias com vários quilos de equipamento científico. O feito, pelo fato do botânico ser conhecido, teve ampla repercussão.

Naquela época, atingir o cume da montanha mais alta daquela parte da Europa foi tão impactante quanto, décadas depois, lançar cápsulas espaciais. E se até então ninguém havia pensado que era importante estudar a montanha, apesar do transtorno que ela por vezes causava com o avanço dos glaciares sobre vilarejos e plantações, e das avalanches que chegavam a derrubar casas e bloquear caminhos, impedindo a comunicação entre as vilas, a partir daquele momento tudo mudou. Saussure retirou o monte das trevas da superstição e, chamando-o "Mont Blanc" (monte branco), iluminou-o para a ciência.

Uma nova profissão estava criada: a do guia de montanha, e um novo termo, alpinismo, foi cunhado. Em 1820 os velhos cristalliers fundaram a Companhia de Guias, passando de camponeses a escaladores, e as técnicas de uma nova paixão, o montanhismo, começaram a ser desenvolvidas. Outros picos foram conquistados e a região ganhou uma nova aptidão, virando palco de invenções como o esqui (que surgiu ali em 1897) e outros esportes de inverno. Tanto que os primeiros Jogos Olímpicos de Inverno, em 1924, não poderiam ter sido sediados senão por Chamonix. Os primeiros teleféricos e meios de elevação para esquiadores do mundo foram inaugurados para o evento.

Hoje Chamonix, uma charmosa cidade de 10 mil habitantes, chega a receber mais de 110 mil visitantes por dia nos meses de verão. Muitos deles querem repetir o feito de Balmat e Paccard, chegar ao topo do Mont Blanc. Como os intrépidos escaladores provaram, é impossível atingi-lo de uma tacada só. Escalá-lo utilizando a rota mais comum costuma levar dois dias. Do pico até aproximadamente os 2.440 metros, a montanha está coberta por uma camada de neve que tem mais de 23 metros de espessura. E nas partes mais baixas há uma série de glaciares ("rios de gelo" que se movimentam lentamente).

O início da escalada começa em Nid d'Aigle, já a 2.372 metros, até onde se pode chegar de trem (facilidade de que o médico e o cristallier não dispunham). Dali sobe-se até o refúgio de Tete Rousse e a partir desse ponto é preciso cruzar uma área de avalanches chamada Grand Couloir. "Esse pedaço é como uma roleta russa, às vezes uma pedra desce, outras vezes não. E elas são rápidas", costumam avisar os guias. Ultrapassada a aventura, chega-se ao Refuge de L'Aiguille du Gouter, a 3.817 metros, para pernoitar.
No segundo dia, alguns trechos da caminhada são feitos por uma trilha de blocos de pedra, construída por legionários romanos, que deviam suspirar de saudades da longínqua Toscana. E apenas no quinto dia chega-se ao lado italiano, mais precisamente ao vale d'Aosta. O lugar, conhecido como vale dos castelos, é carregado de história, embora seja uma das menores regiões da Itália, onde curiosamente o francês é falado correntemente pelos habitantes. O peso da Roma Imperial torna-se mais visível nesse lugar de vinhedos e construções feudais.
Sua posição privilegiada no coração dos Alpes, passagem obrigatória para a porção central da Europa, incentivou sua colonização: há construções do primeiro século depois de Cristo e castelos do século 14 que sobrevivem nos vales, rios e picos criados pelos glaciares. Nessa Roma dos Alpes, não só os prédios continuam intactos; algumas manufaturas tradicionais, como a de deliciosos presuntos, queijos e vinhos, além de esquis e sapatos também foram mantidas. Em Cournayeur, a cidade mais importante da região, as ruas ensolaradas com potes de gerânios debruçados nas janelas escondem adegas e despensas preciosas.

Devidamente abastecidos depois dessa parada, os trekkistas seguem rumo à suíça, embora no Maciço do Mont Blanc, um local unido pelas tradições montanhesas, essas questões fronteiriças não sejam relevantes. È possível perguntar a um morador: "Aqui é a Suíça?". E obter uma bizarra resposta: "Não, aqui é Valais". Esse é o nome do cantão suíço que fala francês e formava parte do reino da Savóia, anterior às divisões territoriais modernas.

Assim, percorrendo as antigas trilhas da Savóia por onde os cristalliers se aventuravam, retorna-se à atual França pelo Colo de Balm, uma barreira verde no verão e alva no inverno que fecha o Vale de Chamonix. É ali que nasce, tímido, o Rio L'Arve, que mais abaixo vai abrigar as águas de degelo dos gigantes dos alpes. O Mont Blanc aparece à frente e, num mergulho pelas encostas de Brévent, chega-se em duas horas novamente a Les Houches, fechando o círculo.

Um ônibus leva os trekkistas de volta a Chamonix e, depois do esforço, nada melhor do que percorrer suas ruas com nomes de alpinistas famosos, comprar um pedaço de salame com nozes, um bom vinho e, com uma baguette debaixo do braço, chegar à praça central, para sentar-se aos pés da estátua de Balmat. Ali, eternizado em bronze, o cristallier abraça Saussure e lhe aponta o pico de Mont Blanc, cujos segredos você também partilha agora.

Fonte: http://www.marski.org/historiaserelatos/51-mont-blanc-historia-da-escalada


Monte Branco
Monte Branco

Monte Branco
Altitude4 808 m (15 774 pés)
Proeminência4 695 m
Posição: 11
Cume-pai: Monte Everest
Coordenadas45° 55′ N 6° 55′ E
Localizaçãofronteira  França /  Itália
Nota: ver texto
CordilheiraAlpes
Primeira ascensão8 de Agosto de 1786 por Jacques Balmat e Michel Paccard
Rota mais fácilteleférico e escalada

Cronologia - Marca


  • 1906: Eberstein e Nehemias viajam pelos Estados Unidos e a Grã-Bretanha.
  • 1907: Eberstein funda a empresa Simplizissimus-Füllhalter, em Berlim.
  • 1908: A empresa muda-se para Hamburgo e é registrada como Simplo-Filler-Pen&Co.
  • 1909: A marca Montblanc é registrada.
  • 1913: Criação de um logotipo para grafar a marca: uma estrela simbolizando o pico Monte Branco com seus seis vales.
  • 1924: Tem-se outro bom sucesso em canetas Montblanc (Meisterstück) .
  • 1929: É gravado no corpo das Meisterstück o número 4.810.
  • 1934: O nome da empresa é alterado para Montblanc Simplo GmbH.
  • 1967: Alfred Dunhill se associa com a Montblanc.
  • 1986: O slogan publicitário Art of Writing (Arte de Escrever) é criado.
  • 1992: É adquirida a empresa de artigos de couro Karl Seeger Lederwarenfabrik.
  • 2006: Completa-se o centenário da marca Montblanc.
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